São Gontrão, Rei – 28 de Março

São Gontrão, Rei

Neto de rei e de santa

Filho de Clotário I, rei de França e neto de Clóvis I e de Santa Clotilde, Clotário era senhor de França e de uma parte da Alemanha, quando a doença o prostrou, e ele se viu obrigado a tudo deixar. “Que pensais, dizia aos cortesãos, quem é esse rei celeste que faz morrer assim tão grandes reis?” Morreu, dessa forma, em Compiegne, no ano de 561, após ter reinado cinqüenta anos.

O traço dominante de seu caráter era a bondade e a piedade

Seus quatro filhos lançaram a sorte sobre o reino. Cariberto teve Paris e a Aquitânia. Gontrão recebeu Orleans, a Borgonha e estabeleceu a capital em Châlon-sobre-o-Saône. A Sigeberto, o mais jovem, coube a Austrásia, e em Metz estabeleceu a capital.

Gontrão serviu de pai aos dois sobrinhos. No começo de seu reinado, cometeu mais de uma falta por fraqueza e induzimento. Mas expirou-as pela penitência. O traço dominante de seu caráter era a bondade e a piedade.

Morrendo Chilperico, foi a Paris e dedicou-se à reparação das injustiças que seu irmão cometera.

Gontrão serviu de pai aos sobrinhos

Um domingo em que assistia à missa, o diácono fez com que o povo mantivesse silêncio para começar o sacrifício. Gontrão voltou-se para o povo e disse:

“Eu vos conjuro, homens e mulheres que aqui estais, a guardar-me fidelidade inviolável e não me matar, como fizestes recentemente a meus irmãos. Que me seja permitido, ao menos durante três anos, educar meus sobrinhos que são meus filhos adotivos. Tenho receio – o que Deus queira evitar – de que se eu morrer, venhais a perecer com essas crianças, não tendo um homem feito em nossa família para vos defender”.

A essas palavras, todo o povo dirigiu a Deus preces pelo rei. Seus dois sobrinhos eram Childeberto da Austrásia, filho de Sigeberto e de Brunehaut, e Clotário II, filho de Chilperico e de Fredegunda.

É este o sinal que te dou da entrega de meu reino

Gontrão recebeu o jovem rei da Austrásia com ternura paternal. Colocando-lhe uma lança na mão, disse-lhe, diante de todos: “É este o sinal que te dou da entrega de meu reino. Para o futuro, submete à tua autoridade todas as minhas cidades como se fossem as tuas, porque, por causa dos nossos pecados, não resta de nossa família senão tu, que és filho de meu irmão. Serás meu herdeiro e meu sucessor em todo o reino, com exclusão de todos os outros.”

O que ele fazia por Gregório de Tours, fazia-o por todos os cidadãos de Orleãs

Um dia, quando se dirigia para fazer orações, às diversas igrejas de Orleans, o rei Gontrão rumou para a residência de São Gregório de Tours, que morava na igreja de Santo Avito. Gregório levantou-se cheio de alegria ao reconhecê-lo e, depois de lhe ter dado a benção, rogou-lhe houvesse por bem aceitar com ele alguns elogios de São Martinho. Gontrão aceitou. Entrou com muita cordialidade, bebeu um copo de vinho, lembrou a Gregório que devia estar presente no jantar para o qual havia convidado todos os bispos e retirou-se alegre. O que ele fazia por Gregório de Tours, fazia-o por todos os cidadãos de Orleãs. Aceitou o convite, compareceu ao jantar e encantou-os como sua bondade. Chamavam-no geralmente o bom rei.

Os exemplos de um rei tão bom santificaram a família

O zelo de Gontrão sustinha e animava o dos prelados de seu reino. Perdendo os dois filhos que deviam suceder-lhe, aplicou-se mais do que nunca a toda sorte de boas obras. Parecia, diz Fredegário, um bispo entre os bispos, tal o zelo pelos interesses da Igreja. Os exemplos de um rei tão bom santificaram a família. As duas princesas, suas filhas, Clodoberge e Clotilde, renunciaram às grandezas e aos prazeres do mundo, para se consagrarem a Deus, na sua virgindade. E Clodoberge não tardou em receber a recompensa celeste.

Gontrão distinguiu-se especialmente pala magnificência com que fundava e dotava as igrejas.

Reuniu vários concílios

O Rei Gontrão reuniu vários concílios, não somente para regular os negócios da Igreja, como também para tratar dos bens temporais dos povos, para conciliar as diferenças do reino a outro, e prevenir, dessa forma, as guerras vivis entre os francos. Para ele, os concílios eram ainda conselhos de Estado. Sua caridade se mostrou sobretudo nessa circunstância.

Um navio que chegara da Espanha, espalhara em Marselha a peste, enquanto Teodoro, bispo dessa cidade se encontrava na corte de Childeberto. O santo Bispo retornou imediatamente para consolar o povo, e aliviar-lhe o sofrimento. Não omitiu nenhum dos socorros espirituais e temporais que podia dar.

Desempenhou, ao mesmo tempo, as funções de um bom rei e de um piedoso Bispo

Gontrão desempenhou, ao mesmo tempo, as funções de um bom rei e de um piedoso Bispo. Ordenou que fossem celebradas as rogações e que, durante três dias, tempo que deviam durar, se jejuasse, comendo pão de cevada e bebendo água.

Arrancavam-lhe pedaços das vestes para aplicá-los aos doentes

Seus súditos o olhavam com veneração e respeitavam nele mais a qualidade de santo do que a de rei. Arrancavam-lhe pedaços das vestes para aplicá-los aos doentes. Uma mulher curou dessa forma, seu filho de uma febre.

Enfim, o bom Rei Gontrão – assim chamavam os contemporâneos – morreu em 28 de março de 593, em Châlon-sobre-o-Saône, onde foi sepultado na igreja de São Marcelo, que ele mesmo havia fundado.

Com sua morte, o sobrinho Childeberto, rei da Austrásia, herdou-lhe o reino da Borgonha. A igreja colocou o nome do Rei Gontrão entre os santos e celebra-lhe a memória no dia 28 de Março.

São Gontrão, Rei, Confessor, rogai por nós!

Oração – Pela intercessão de São Gontrão, Rei e Confessor, dai-nos viver de tal modo, que não sejamos despojados da vossa glória. Amém.

Significado do nome: Germain Gund, “luta”, e hramn, “corvo”. Este nome se refere à divindade pagã que protege os guerreiros

Com Santo Estêvão Harding, Abade, que veio de Molesme com outros monges para este célebre cenóbio, instituiu os irmãos conversos, recebeu o egrégio Bernardo com trinta companheiros e fundou doze mosteiros.

Martirológio – Secretariado Nacional de Liturgia – PT

Março 28

1. Em Tarso, cidade da Cilícia, na atual Turquia, São Castor, mártir.(† data inc.)

2. Comemoração dos santos mártires Prisco, Malco e Alexandre, que, durante a perseguição de Valeriano, habitavam numa pequena quinta dos arredores de Cesareia da Palestina; sabendo que nessa cidade se ofereciam celestes coroas de martírio, inflamados pelo ardor divino da fé, apresentaram-se espontaneamente ao juiz e, tendo-o censurado pela crueldade com que derramava o sangue dos fiéis, foram por ele imediatamente lançados às feras para serem devorados, em ódio ao nome de Cristo.(† 260)

3. Em Heliópolis, na Fenícia, Líbano, São Cirilo, diácono e mártir, que foi cruelmente assassinado no tempo do imperador Juliano Apóstata.(† c. 362)

4. Em Alexandria, no Egito, São Protério, bispo, que, após um tumultuoso motim popular, na Quinta-Feira Santa da Ceia do Senhor, foi ferozmente assassinado pelos monofisitas, sequazes do seu predecessor Dióscoro.(† 454)

5. Em Chalon-sur-Saône, na Borgonha, atualmente na França, o sepultamento de São Gontrão ou Guntrano, rei dos Francos, que distribuiu os tesouros da sua riqueza em favor das igrejas e dos pobres.(† 593)

6. Junto ao monte Olimpo, na Bitínia, hoje na Turquia, Santo Hilarião, hegúmeno do mosteiro de Pelecete, que defendeu vigorosamente o culto das sagradas imagens.(† s. VIII)

7. Em Cister, localidade da Borgonha, na França, Santo Estêvão Harding, abade, que veio de Molesme com outros monges para este célebre cenóbio, instituiu os irmãos conversos, recebeu o egrégio Bernardo com trinta companheiros e fundou doze mosteiros, que associou com o vínculo da Carta da Caridade, para que não houvesse entre os monges discórdia alguma, mas vivessem na harmonia da mesma caridade, da mesma regra e de costumes semelhantes.(† 1134)

8. Em Naso, na Sicília, região da Itália, São Cono, monge sob a observância dos Padres orientais, que, ao regressar da peregrinação aos Lugares Santos, sabendo que seus pais tinham falecido, distribuiu pelos pobres toda a fortuna familiar e abraçou a vida eremítica.(† 1236)

9. Em Monticiano, perto de Sena, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Antônio Patrízzi, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, ilustre pelo seu exímio amor aos irmãos e ao próximo.(† c. 1311)

10. Em Tours,  França, a Beata Joana Maria de Maillé,  depois da morte do esposo na guerra, reduzida à miséria e expulsa da sua casa pelos parentes e abandonada por todos, viveu reclusa numa cela junto do convento dos Menores, mendigando o pão, mas totalmente confiada em Deus.(† 1414)

11. Em York, na Inglaterra, o Beato Cristóvão Wharton, presbítero e mártir, que, no reinado de Isabel I, foi condenado ao suplício da forca em ódio ao sacerdócio.(† 1600)

12. Em Angers, na França, a Beata Renata Maria Feillatreau, mártir, mulher casada que, durante a Revolução Francesa, foi decapitada por permanecer fiel à Igreja católica.(† 1794)

13. Em Przemysl, na Polônia, São José Sebastião Pelczar, bispo, fundador da Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus e mestre insigne da vida espiritual.(† 1924)

São Ruperto, Bispo – 27 de Março

São Ruperto, Bispo

De família carolíngia

Era um nobre descendente dos condes que dominavam a região do médio e do alto Reno, rio que percorre os Alpes europeus. Os Rupertinos eram parentes dos Carolíngios e o centro de suas atividades estava em Worms, onde Ruperto recebeu sua formação junto aos monges irlandeses.

Conveerteu  conde Téodo da Baviera, que era pagão

No ano 700, sua vocação de pregador se manifestou e ele dirigiu-se à Baviera, na Alemanha, com este intuito. Com o apoio do conde Téodo da Baviera, que era pagão e foi convertido por Ruperto, fundou uma igreja dedicada a São Pedro, perto do lago Waller, a dez quilômetros de Salzburgo. Mas, o local não condizia ainda com os objetivos de Ruperto, que conseguiu do conde outro terreno, próximo do rio Salzach, nos arredores da antiga cidade romana de Juvavum.

O mosteiro que o Bispo Ruperto construiu é o mais antigo da Áustria

Nesse terreno, o mosteiro que o Bispo Ruperto construiu é o mais antigo da Áustria e veio a ser justamente o núcleo de formação da nova cidade de Salzburgo. Teve para isso o apoio de doze concidadãos, dois dos quais também se tornaram santos: Cunialdo e Gislero. Fundou, ao lado deste, um mosteiro feminino, que entregou a direção para sua sobrinha, a abadessa Erentrudes.

Foi o responsável pela conversão total da Baviera e, é claro, de toda a Áustria.

Morreu no dia 27 de março de 718, um domingo de Páscoa, depois de rezar a missa, no mosteiro de Juvavum. Antes, como percebera que a morte estava próxima, fez algumas recomendações e pedido de orações à sua sobrinha, e irmã espiritual, Erentrudes. Suas relíquias estão guardadas na belíssima catedral de Salzburgo, construída no século XVII. Ele é o padroeiro de seus habitantes e de suas minas de sal.

São Ruperto, reconhecido como o fundador da bela cidade de Salzburgo, cujo significado é cidade do sal, aparece retratado com um saleiro na mão, tamanha sua ligação com a própria origem e desenvolvimento da cidade.

Tomado como modelo pelos monges irlandeses

Foi seu primeiro bispo e sua influência alastrou-se tanto, que é festejado nesse dia, não só nas regiões de língua alemã, como também na Irlanda, onde estudou, porque ali foi tomado como modelo pelos monges irlandeses.

São Ruperto, rogai por nós!

Oração – Senhor, por intercessão de São Ruperto, queremos hoje vos rogar pelas vocações religiosas. Amém.

Significado do nome Ruperto: nome de origem ‘Germânica’ que significa ‘Forte, resistente, inquebrantável

Com Beato Peregrino de Falerone, Presbítero, que foi um dos primeiros discípulos de São Francisco e, dirigindo-se como peregrino à Terra Santa, suscitou a admiração dos próprios Sarracenos.

Martirológio – Secretariado Nacional de Liturgia – PT

Março 27

1. Em Salzburgo, cidade da Baviera, atualmente na Áustria, São Ruperto, bispo, que viveu primeiramente em Worms e, a pedido do duque Teodão, se dirigiu para a Baviera e edificou uma igreja e um mosteiro em Juvávum, hoje Salzburgo, que dirigiu como bispo e abade e de onde expandiu a fé cristã em toda aquela região.(† c. 718)

2. Em San Severino, no Piceno, atualmente nas Marcas, região da Itália, o Beato Peregrino de Falerone, presbítero, que foi um dos primeiros discípulos de São Francisco e, dirigindo-se como peregrino à Terra Santa, suscitou a admiração dos próprios Sarracenos.(† 1232)

3. Em Quarona, próximo de Novara, no Piemonte, também região da Itália, a Beata Panaceia de’ Múzzi, virgem e mártir, que, depois de ter recebido contínuos maus tratos da sua madrasta, foi finalmente por ela assassinada aos quinze anos de idade quando orava na igreja.(† 1383)

4. Em Turim, também no Piemonte, o Beato Francisco Faà di Bruno, presbítero, que associou diligentemente a ciência da matemática e da física com o ardor das obras de caridade.(† 1888)

3ª Semana da Quaresma | Quinta-feira

Primeira Leitura (Jr 7,23-28)

Leitura do Livro do Profeta Jeremias

Assim fala o Senhor: 23 “Dei esta ordem ao povo dizendo: Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes felizes. 24 Mas eles não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, seguindo as más inclinações do coração, andaram para trás e não para a frente, 25 desde o dia em que seus pais saíram do Egito até ao dia de hoje. A todos enviei meus servos, os profetas, e enviei-os cada dia, começando bem cedo; 26 mas não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, obstinaram-se no erro, procedendo ainda pior que seus pais. 27 Se falares todas essas coisas, eles não te escutarão, e, se os chamares, não te darão resposta. 28 Dirás, então: ‘Esta é a nação que não escutou a voz do Senhor, seu Deus, e não aceitou correção. Sua fé morreu, foi arrancada de sua boca’ “.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório Sl 94(95),1-2.6-7.8-9 (R. 8)

— Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os vossos corações.

— Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os vossos corações.

— Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o Rochedo que nos salva! Ao seu encontro caminhemos com louvores, e com cantos de alegria o celebremos! 

— Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão. 

— Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras”. 

Evangelho (Lc 11,14-23)

— Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!

— Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 14 Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. 15 Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16 Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17 Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18 Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19 Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20 Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21 Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22 Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23 Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

3ª Semana da Quaresma | Quarta-feira

Primeira Leitura (Dt 4,1.5-9)

Leitura do Livro do Deuteronômio

Moisés falou ao povo, dizendo: 1 “Agora, Israel, ouve as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir, para que, fazendo-o, vivais e entreis na posse da terra prometida que o Senhor Deus de vossos pais vos vai dar. 5 Eis que vos ensinei leis e decretos conforme o Senhor meu Deus me ordenou, para que os pratiqueis na terra em que ides entrar e da qual tomareis posse. 6 Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática, porque neles está vossa sabedoria e inteligência perante os povos, para que, ouvindo todas estas leis, digam: ‘Na verdade, é sábia e inteligente esta grande nação!’ 7 Pois, qual é a grande nação cujos deuses lhe são tão próximos como o Senhor nosso Deus, sempre que o invocamos? 8 E que nação haverá tão grande que tenha leis e decretos tão justos, como esta lei que hoje vos ponho diante dos olhos? 9 Mas toma cuidado! Procura com grande zelo não te esqueceres de tudo o que viste com os próprios olhos, e nada deixes escapar do teu coração por todos os dias de tua vida; antes, ensina-o a teus filhos e netos”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório Sl 147(147B),12-13.15-16.19-20 (R. 12a)

— Glorifica o Senhor, Jerusalém!

— Glorifica o Senhor, Jerusalém!

— Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou. 

— Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz ele faz cair a neve como a lã e espalha a geada como cinza.

— Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos suas leis a Israel.Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.

Evangelho (Mt 5,17-19)

— Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!

— Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17 “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18 Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. 19 Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

São Ludgero, Bispo – 26 de Março

São Ludgero, Bispo

Um dos grandes evangelizadores do seu tempo

Foi o primeiro Bispo de Münster. Nasceu no ano 742 em Zuilen, Friesland, atual Holanda, e foi um dos grandes evangelizadores do seu tempo. Era descendente de família nobre, irmão dos Santos Gerburgis e Hildegrin, e dedicado aos estudos religiosos desde pequeno. Ouviu São Bonifácio pregar em 753 e decidiu entrar para a vida religiosa. Ordenou-se sacerdote em 777, em Colônia, na Alemanha.

Trabalhou nas regiões pagãs da Holanda, Suécia, Dinamarca

Seu trabalho de apóstolo teve início em sua terra natal, pois começou a trabalhar justamente nas regiões pagãs da Holanda, Suécia, Dinamarca, ponto alto da missão de São Bonifácio, que teve como discípulos São Gregório e Alcuíno de York, dos quais foi seguidor também Ludgero.

Serviu a Carlos Magno

Mais tarde, foi chamado pelo imperador Carlos Magno para evangelizar as terras que dominava. Entretanto, este empregava métodos de conversão junto aos povos conquistados, não condizentes com os princípios do cristianismo. Logo de início, por exemplo, obrigava os soldados vencidos a se converterem pela força, sob pena de serem condenados à morte se não se batizassem.

Como consequência dessa atitude autoritária estourou a revolta de Widukindo e Ludgero teve que fugir, seguindo para Roma. Depois foi para Montecassino, onde aprimorou seus estudos sobre o catolicismo e vestiu o hábito de monge, sem contudo emitir os votos.

Pregou o evangelho na Saxônia e em Vestfália

A revolta de Widukindo foi a muito custo dominada em 784 e o próprio Carlos Magno foi a Montecassino pedir que Ludgero retornasse para seu trabalho evangelizador, que então produziu muitos frutos. Pregou o evangelho na Saxônia e em Vestfália. Carlos Magno ofereceu-lhe o bispado de Treves, mas ele recusou. Ludgero emitiu os votos tomando o hábito definitivo de monge e fundou um mosteiro, ao redor do qual cresceu a cidade de Muester, cujo significado, literalmente, é mosteiro, e da qual foi eleito o primeiro Bispo.

Fundou várias igrejas e escolas, criou novas paróquias

Ludgero não parou mais, fundou várias igrejas e escolas, criou novas paróquias e as entregou aos sacerdotes que ele mesmo formara. Ainda encontrou tempo para retomar a evangelização na Frísia, realizando o seu sonho de contribuir para a conversão de sua pátria, a Holanda, e fundar outro mosteiro, este beneditino, em Werden, antes de morrer, que ocorreu no dia 26 de março de 809.

O culto à São Ludgero, é muito intenso na Holanda, Suécia, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Itália

O corpo de Ludgero foi sepultado na capela do mosteiro de Werden. Os fiéis tornaram o local mais uma meta de peregrinação pedindo a sua intercessão para muitas graças e milagres, que passaram a ocorrer em abundância. O culto à São Ludgero, que ocorre neste dia é muito intenso especialmente na Holanda, Suécia, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Itália, países cujo solo pisou durante seu ministério.

São Ludgero, rogai por nós!

Oração – São Ludgero que nunca deixou de fazer a meditação e as orações, fazei que sejamos fieis a esse exemplo. Amém

A origem do nome Ludgero é Teutônico: Guerreiro

Com São Pedro, Bispo, irmão mais novo de São Basílio Magno, que foi insigne defensor da reta fé contra os arianos.

Martirológio – Secretariado Nacional de Liturgia – PT

Março 26

1. Em Roma, junto à Via Labicana, São Cástulo, mártir.(† data inc.)

2. Na Anatólia, na atual Turquia, os santos Manuel, Sabino, Quadrato e Teodósio, mártires.(† data inc.)

3. Em Sirmium, na Panônia, hoje Sremska Mitrovica, na Sérvia, os santos mártires Montano, presbítero, e Máxima, esposos, que, segundo a tradição, por confessarem a sua fé em Cristo Senhor foram precipitados no mar por alguns infiéis.(† c. 304)

4. Comemoração da paixão de Santo Eutíquio, subdiácono de Alexandria, que, no tempo do imperador Constâncio, sendo bispo da cidade o ariano Jorge, morreu pela sua fé católica.(† 356)

5. Em Sebaste, na antiga Armênia, hoje Sivas, na Turquia, São Pedro, bispo, irmão mais novo de São Basílio Magno, que foi insigne defensor da reta fé contra os arianos.(† c. 391)

6. No mosteiro de Montier-en-Der, no território de Champagne, atualmente na França, São Bercário, primeiro abade de Hautvillers e de Montier-en-Der, que, ferozmente apunhalado por um perverso monge no dia da Ceia do Senhor, passou ao reino celeste no dia da Ressurreição.(† 685)

7. Em Montalbano, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, os santos Barôncio e Desidério, eremitas.(† s. VII)

8. No mosteiro de Werden, na Saxônia, hoje na Alemanha, o passamento de São Ludgero, bispo, que, instruído por Alcuíno, pregou o Evangelho na Frísia, na Dinamarca e na Saxônia, constituiu a sede episcopal de Münster e fundou vários mosteiros, verdadeiros centros de propagação da fé.(† 809)

9. Em Catânia, cidade da Sicília, na Itália, a Beata Madalena Catarina Morano, virgem do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, que se consagrou à obra da catequese, percorrendo incansavelmente ao longe e ao largo toda esta região.(† 1908)

Oração da Via Sacra 1

via sacra

Oração da Via Sacra

Durante a Quaresma a Santa Igreja recomenda a oração da Via Sacra, meditando a Paixão de Jesus Cristo, como canal de graças. Convido você a rezar agora conosco assistindo o vídeo abaixo!

 

Via Sacra

I Estação

Jesus é condenado à morte

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

O juiz que cometeu o crime profissional mais monstruoso de toda a História, não foi a ele impelido pelo tumultuar de nenhuma paixão ardente. Não o cegou o ódio ideológico, nem a ambição de novas riquezas, nem o desejo de comprazer a alguma Salomé. Moveu-o a condenar o Justo o receio de perder o cargo, parecendo pouco zeloso das prerrogativas de César; o medo de criar para si complicações políticas, desagradando ao populacho judeu; o medo instintivo de dizer “não”, de fazer o contrário do que se pede, de enfrentar o ambiente com atitudes e opiniões diferentes das que nele imperam.

Vós, Senhor, o fitastes por longo tempo com aquele olhar que em um segundo operou a salvação de Pedro. Era um olhar em que transparecia vossa suprema perfeição moral, vossa infinita inocência, e, entretanto, ele Vos condenou.

Senhor, quantas vezes imitei Pilatos! Quantas vezes, por amor à minha carreira, deixei que em minha presença a ortodoxia fosse perseguida, e me calei! Quantas vezes presenciei de braços cruzados a luta e o martírio dos que defendem vossa Igreja! E não tive a coragem de lhes dar sequer uma palavra de apoio, pela abominável preguiça de enfrentar os que me rodeiam, de dizer “não” aos que formam meu ambiente, pelo medo de ser “diferente dos outros”. Como se me tivésseis criado, Senhor, não para Vos imitar, mas para imitar servilmente os meus companheiros.

Naquele instante doloroso da condenação, Vós sofrestes por todos os covardes, por todos os moles, por todos os tíbios,… por mim, Senhor.

Meu Jesus, perdão e misericórdia. Pela fortaleza de que me destes exemplo arrostando a impopularidade e enfrentando a sentença do magistrado romano, curai em minha alma a chaga da moleza!

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

II Estação

Jesus leva a Cruz às costas V.

Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Inicia-se assim, meu adorado Senhor, a vossa caminhada para o lugar da imolação. Não quis o Pai Celeste que fôsseis morto num golpe fulminante. Vós teríeis de nos ensinar em vossa Paixão, não apenas a morrer, mas a enfrentar a morte. Enfrentá-la com serenidade, sem hesitação nem fraqueza, caminhando, até, para ela com o passo resoluto do guerreiro que avança para o combate, eis a admirável lição que me dais.

Diante da dor, meu Deus, quanta é a minha covardia! Ora contemporizo antes de tomar a minha cruz; ora recuo, traindo o dever; ora, por fim, eu o aceito, mas com tanto tédio, tanta moleza, que pareço odiar o fardo que vossa vontade me põe sobre os ombros.

Em outras ocasiões, quantas vezes fecho os olhos para não ver a dor! Cego-me voluntariamente com um otimismo estúpido, porque não tenho coragem de enfrentar a provação. E por isto minto a mim mesmo: não é verdade que a renúncia àquele prazer se impõe a mim para que não caia em pecado; não é verdade que devo vencer aquele hábito que favorece minhas mais entranhadas paixões; não é verdade que devo abandonar aquele ambiente, aquela amizade que minam e solapam toda a minha vida espiritual; não, nada disto é verdade… fecho os olhos, e atiro de lado minha cruz.

Meu Jesus, perdoai-me tanta preguiça, e pela chaga que a Cruz abriu em vossos ombros, curai, Pai de Misericórdias, a chaga horrível que em minha alma abri com anos inteiros vividos no relaxamento interior e na condescendência para comigo!

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

III Estação

Jesus cai pela primeira vez

  1. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.
  1. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Como então, Senhor? Não Vos era lícito abandonar vossa Cruz? Pois se a carregastes até que todas as vossas forças se exaurissem, até que o peso insuportável do madeiro Vos lançasse por terra, não estava bem provado que Vos era impossível prosseguir? Estava cumprido vosso dever. Os Anjos do Céu que levassem agora por Vós a Cruz. Vós havíeis sofrido em toda a medida do possível. Que mais haveríeis de dar?

Entretanto, agistes de outro modo, e destes à minha covardia uma alta lição. Esgotadas vossas forças, não renunciastes ao fardo, mas pedistes mais forças ainda, para carregar novamente a Cruz. E as obtivestes.

É difícil hoje a vida do cristão. Obrigado a lutar sem tréguas contra si, para se manter na linha dos Mandamentos, parece uma exceção extravagante num mundo que estadeia na luxúria e na opulência a alegria de viver. Pesa-nos aos ombros a cruz da fidelidade à vossa Lei, Senhor. E, por vezes, o fôlego parece faltar-nos.

Nestes instantes de prova, sofismamos. Já fizemos quanto em nós estava. Afinal, é tão limitada a força do homem! Deus terá isto em conta… deixemos cair a cruz à beira do caminho e afundemos suavemente na vida do prazer. Ah, quantas cruzes abandonadas à beira dos nossos caminhos, quiçá à beira dos meus caminhos!

Dai-me, Jesus, a graça de ficar abraçado à minha cruz, ainda quando eu desfaleça sob o peso dela. Dai-me a graça de me reerguer sempre que tiver desfalecido. Dai-me, Senhor, a graça suprema de nunca sair do caminho por onde devo chegar ao alto do meu próprio calvário.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

  1. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

IV Estação

Encontro de Jesus com sua Mãe

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Quem, Senhora, vendo-Vos assim em pranto, ousaria perguntar por que chorais? Nem a Terra, nem o mar, nem todo o firmamento, poderiam servir de termo de comparação à vossa dor. Dai-me, minha Mãe, um pouco, pelo menos, desta dor. Dai-me a graça de chorar a Jesus, com as lágrimas de uma compunção sincera e profunda.

Sofreis em união a Jesus. Dai-me a graça de sofrer como Vós e como Ele. Vossa dor maior não foi por contemplar os inexprimíveis padecimentos corpóreos de vosso Divino Filho. Que são os males do corpo, em comparação com os da alma? Se Jesus sofresse todos aqueles tormentos, mas ao seu lado houvesse corações compassivos! Se o ódio mais estúpido, mais injusto, mais alvar, não ferisse o Sagrado Coração enormemente mais do que o peso da Cruz e dos maus tratos feriam o Corpo de Nosso Senhor! Mas a manifestação tumultuosa do ódio e da ingratidão daqueles a quem Ele tinha amado… a dois passos, estava um leproso a quem havia curado… mais longe, um cego a quem tinha restituído a vista… pouco além, um sofredor a quem tinha devolvido a paz. E todos pediam a sua morte, todos O odiavam, todos O injuriavam. Tudo isto fazia Jesus sofrer imensamente mais do que as inexprimíveis dores que pesavam sobre seu Corpo.

E havia pior. Havia o pior dos males. Havia o pecado, o pecado declarado, o pecado protuberante, o pecado atroz. Se todas aquelas ingratidões fossem feitas ao melhor dos homens, mas por absurdo não ofendessem a Deus! Mas elas eram feitas ao Homem-Deus, e constituíam contra toda a Trindade Santíssima um pecado supremo. Eis aí o mal maior da injustiça e da ingratidão.

Este mal não está tanto em ferir os direitos do benfeitor, mas em ofender a Deus. E de tantas e tantas causas de dor, a que mais Vos fazia sofrer, Mãe Santíssima, Redentor Divino, era por certo o pecado.

E eu? Lembro-me de meus pecados? Lembro-me, por exemplo, do meu primeiro pecado, ou do meu pecado mais recente? Da hora em que o cometi, do lugar, das pessoas que me rodeavam, dos motivos que me levaram a pecar? Se eu tivesse pensado em toda a ofensa que Vos traz um pecado, teria ousado desobedecer-Vos, Senhor?

Oh, minha Mãe, pela dor do santo Encontro, obtende-me a graça de ter sempre diante dos olhos Jesus Sofredor e Chagado, precisamente como O vistes neste passo da Paixão.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

V Estação

Jesus ajudado pelo Cirineu a levar a Cruz

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Quem era este Simão, que se sabe dele, senão que era de Cirene? E que sabe o geral dos homens sobre Cirene, senão que era a terra de Simão? Tanto o homem como a cidade emergiram da obscuridade para a glória, e para a mais alta das glórias, que é a glória sagrada, num momento em que bem outros eram os pensamentos do Cirineu.

Vinha ele despreocupado pela estrada. Pensava tão somente nos pequenos problemas e nos pequenos interesses de que se compõe a vida miúda da maior parte dos homens. Mas Vós, Senhor, atravessastes seu trajeto com vossas Chagas, vossa Cruz, vossa imensa dor. E a este Simão tocou tomar posição perante Vós. Forçaram-no a carregar convosco a Cruz. Ou ele a carregaria mal-humorado, indiferente a Vós, procurando tornar-se simpático ao povo por meio de algum novo modo de aumentar vossos tormentos de alma e de corpo; ou a carregaria com amor, com compaixão, sobranceiro ao populacho, procurando aliviar-Vos, procurando sofrer em si um pouco de vossa dor, para que sofrêsseis um pouco menos. O Cirineu preferiu padecer conVosco. E por isto seu nome é repetido com amor, com gratidão, com santa inveja, há dois mil anos, por todos os homens de fé, em toda a face da Terra, e assim continuará a ser até a consumação dos séculos.

Também pelos meus caminhos Vós passastes, meu Jesus. Passastes quando me chamastes das trevas do paganismo para o seio de vossa Igreja, com o Santo Batismo. Passastes quando meus pais me ensinaram a rezar. Passastes quando no curso de catecismo comecei a abrir a minha alma para a verdadeira doutrina católica e ortodoxa. Passastes na minha primeira Confissão, na minha primeira Comunhão, em todos os momentos em que vacilei e me amparastes, em todos os momentos em que caí e me reerguestes, em todos os momentos em que pedi e me atendestes.

E eu, Senhor? Ainda agora, passais por mim neste exercício da Via-Sacra. O que faço quando Vós passais por mim?

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

VI Estação

A Verônica enxuga o rosto de Jesus

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Dir-se-ia, à primeira vista, que prêmio maior jamais houve na história. Com efeito, que rei teve nas mãos tecido mais precioso do que aquele Véu? Que general teve bandeira mais augusta? Que gesto de coragem e dedicação foi recompensado com favor mais extraordinário?

Entretanto, há uma graça que vale muito mais do que a de possuir milagrosamente estampada num véu a Santa Face do Salvador. No Véu, a representação da Face divina foi feita como num quadro. Na Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana ela é feita como num espelho.

Em suas instituições, em sua doutrina, em suas leis, em sua unidade, em sua universalidade, em sua insuperável catolicidade, a Igreja é um verdadeiro espelho no qual se reflete nosso Divino Salvador. Mais ainda, Ela é o próprio Corpo Místico de Cristo.

E nós, todos nós, temos a graça de pertencer à Igreja, de sermos pedras vivas da Igreja!

Como devemos agradecer este favor! Não nos esqueçamos, porém, de que noblesse oblige. Pertencer à Igreja é coisa muito alta e muito árdua. Devemos pensar como a Igreja pensa, sentir como a Igreja sente, agir como a Igreja quer que procedamos em todas as circunstâncias de nossa vida. Isto supõe um senso católico real, uma pureza de costumes autêntica e completa, uma piedade profunda e sincera. Em outros termos, supõe o sacrifício de uma existência inteira.

E qual é o prêmio? Christianus alter Christus. Eu serei de modo exímio uma reprodução do próprio Cristo. A semelhança de Cristo se imprimirá, viva e sagrada, em minha própria alma.

Ah, Senhor, se é grande a graça concedida à Verônica, quanto maior é o favor que a mim me prometeis!

Peço-Vos força e resolução para, por meio de uma fidelidade a toda prova, verdadeiramente o alcançar.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

VII Estação

Jesus cai pela segunda vez

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Cair, estirar-se ao longo do chão, ficar aos pés de todos, dar pública manifestação de já não ter força, são estas as humilhações a que Vos quisestes sujeitar, Senhor, para minha lição. De Vós ninguém se condoeu. Redobraram as injúrias e os maus tratos. E enquanto isto vossa graça solicitava em vão, no íntimo daqueles corações empedernidos, um movimento de piedade.

Mesmo neste momento, quisestes continuar vossa Paixão para salvar os homens. Que homens? Todos, inclusive os que ali estavam, aumentando de todos os modos a vossa dor.

Em meu apostolado, Senhor, deverei continuar mesmo quando todas as minhas obras estiverem por terra, mesmo quando todos se conjugarem para atacar-me, mesmo quando a ingratidão e a perversidade daqueles a quem quis fazer bem se voltem contra mim.

Não terei a fraqueza de mudar de caminho para agradá-los. Minhas vias só podem ser as vossas, isto é, as vias da ortodoxia, da pureza, da austeridade. Mas, nos vossos caminhos sofrerei por eles. E unidas as minhas dores imperfeitas à vossa dor perfeita, à vossa dor infinitamente preciosa, continuarei a lhes fazer bem. Para que se salvem, ou para que as graças rejeitadas se acumulem sobre eles como brasas ardentes, clamando por punição. Foi o que fizestes com o povo deicida, e com todos aqueles que até o fim Vos rejeitaram.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

VIII Estação

Jesus consola as filhas de Jerusalém

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Não faltaram então almas boas, que percebiam a enormidade do pecado que se praticava, e temiam a justiça divina.

Não presencio eu algum pecado assim? Hoje em dia, não é bem verdade que o Vigário de Cristo é desobedecido, abandonado, traído? Não é bem verdade que as leis, as instituições, os costumes são cada vez mais hostis a Jesus Cristo? Não é bem verdade que se constrói todo um mundo, toda uma civilização baseada sobre a negação de Jesus Cristo? Não é bem verdade que Nossa Senhora falou em Fátima apontando todos estes pecados e pedindo penitência?

Entretanto, onde está essa penitência? Quantos são os que realmente vêem o pecado e procuram apontá-lo, denunciá-lo, combatê-lo, disputar-lhe passo a passo o terreno, erguer contra ele toda uma cruzada de idéias, de atos, de viva força se necessário for? Quantos são capazes de desfraldar o estandarte da ortodoxia absoluta e sem jaça, nos próprios lugares onde pompeia a impiedade, ou a piedade falsa? Quantos são os que vivem em união com a Igreja este momento que é trágico como trágica foi a Paixão, este momento crucial da História, em que uma humanidade inteira está escolhendo por Cristo ou contra Cristo?

Ah, meu Deus, quantos míopes que preferem não ver nem pressentir a realidade que lhes entra olhos a dentro! Quanta calmaria, quanto bem-estar miúdo, quanta pequena delícia rotineira! Quanto saboroso prato de lentilhas a comer!

Dai-me, Jesus, a graça de não ser deste número. A graça de seguir vosso conselho, isto é, de chorar por nós e pelos nossos. Não de um choro estéril, mas de um pranto que se verte aos vossos pés, e que, fecundado por Vós, se transforma para nós em perdão, em energias de apostolado, de luta, de intrepidez.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

IX Estação

Jesus cai pela terceira vez

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Estais, Senhor meu, mais cansado, mais depauperado, mais chagado, mais exangue do que nunca. Que Vos espera? Chegastes ao termo? Não. Precisamente o pior está para suceder. O crime mais atroz ainda está para ser praticado. As dores maiores ainda estão por serem sofridas. Estais por terra pela terceira vez e, entretanto, tudo isto que ficou para trás não é senão um prefácio. E eis que Vos vejo novamente movendo este Corpo que é todo ele uma chaga. O que parecia impossível se opera, e mais uma vez Vos pondes de pé lentamente, se bem que cada movimento seja para Vós mais uma dor. Eis-Vos, Senhor, ereto ainda uma vez… com vossa Cruz. Soubestes encontrar novas forças, novas energias, e continuais. Três quedas, três lições iguais de perseverança, cada qual mais pungente e mais expressiva que a outra.

Por que tanta insistência? Porque é insistente nossa covardia. Resolvemo-nos a tomar nossa cruz, mas a covardia volta sempre à carga. E para que ela ficasse sem pretextos em nossa fraqueza, quisestes Vós mesmo repetir três vezes a lição.

Sim, nossa fraqueza não pode servir-nos de pretexto. A graça, que Deus nunca recusa, pode o que as forças meramente naturais não poderiam.

Deus quer ser servido até o último alento, até a extenuação da última energia, e multiplica nossas capacidades de sofrer e de agir, para que nossa dedicação chegue aos extremos do imprevisível, do inverossímil, do miraculoso. A medida de amar a Deus consiste em amá-Lo sem medidas, disse São Francisco de Sales. A medida de lutar por Deus consiste em lutar sem medidas, diríamos nós.

Eu, porém, como me canso depressa! Nas minhas obras de apostolado, o menor sacrifício me detém, o menor esforço me causa horror, a menor luta me põe em fuga. Gosto do apostolado, sim. De um apostolado inteiramente conforme com minhas preferências e fantasias, a que me entrego quando quero, como quero, porque quero. E depois julgo ter feito a Deus uma imensa esmola.

Mas Deus não se contenta com isto. Para a Igreja, quer Ele toda a minha vida, quer organização, quer sagacidade, quer intrepidez, quer a inocência da pomba mas a astúcia da serpente, a doçura da ovelha mas a cólera irresistível e avassaladora do leão. Se for preciso sacrificar carreira, amizades, vínculos de parentesco, vaidades mesquinhas, hábitos inveterados, para servir a Nosso Senhor, devo fazê-lo. Pois que este passo da Paixão me ensina que a Deus devemos dar tudo, absolutamente tudo, e depois de ter dado tudo ainda devemos dar nossa própria vida.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

X Estação

Jesus despojado de suas vestes

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Tudo, sim, absolutamente tudo. Até vergonha devemos sofrer por amor de Deus e para a salvação das almas.

Aí está a prova. O Puro por excelência foi despido, e os impuros O escarneceram em sua pureza. E Nosso Senhor resistiu às chacotas da impureza.

Não parece insignificante que resista à chacota quem já resistiu a tantos tormentos? Entretanto, mais esta lição nos era necessária. Pelo desprezo de uma criada, São Pedro negou. Quantos homens terão abandonado Nosso Senhor pelo medo do ridículo! Pois se há gente que vai à guerra expor-se a tiros e morte, para não ser escarnecida como covarde, não é bem exato que há certos homens que têm mais medo de um riso do que de tudo?

O Divino Mestre enfrentou o ridículo. E nos ensinou que nada é ridículo quando está na linha da virtude e do bem.

Ensinai-me, Senhor, a refletir em mim a majestade de vosso Semblante e a força de vossa perseverança, quando os ímpios quiserem manejar contra mim a arma do ridículo.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

XI Estação

Jesus pregado na Cruz

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

A impiedade escolheu para Vós, meu Senhor, o pior dos tormentos finais. O pior, sim, pois que é o que faz morrer lentamente, o que produz sofrimentos maiores, o que mais infamava, porque era reservado aos criminosos mais abjetos. Tudo foi aparelhado pelo inferno para Vos fazer sofrer, quer na alma, quer no corpo. Este ódio imenso não contém para mim alguma lição? Ai de mim, que jamais a compreenderei suficientemente se não chegar a ser santo. Entre Vós e o demônio, entre o bem e o mal, entre a verdade e o erro, há um ódio profundo, irreconciliável, eterno. As trevas odeiam a luz, os filhos das trevas odeiam os filhos da luz, a luta entre uns e outros durará até a consumação dos séculos, e jamais haverá paz entre a raça da Mulher e a raça da Serpente… Para que se compreenda a extensão incomensurável, a imensidade deste ódio, contemple-se tudo quanto ele ousou fazer. É o Filho de Deus que aí está, transformado, na frase da Escritura, em um leproso no qual nada existe de são, num ente que se contorce como um verme sob a ação da dor, detestado, abandonado, pregado numa cruz entre dois vulgares ladrões. O Filho de Deus: que grandeza infinita, inimaginável, absoluta, se encerra nestas palavras! Eis, entretanto, o que o ódio ousou contra o Filho de Deus!

E toda a História do mundo, toda a História da Igreja não é senão esta luta inexorável entre os que são de Deus e os que são do demônio, entre os que são da Virgem e os que são da serpente. Luta na qual não há apenas equívoco da inteligência, nem só fraqueza, mas também maldade, maldade deliberada, culpada, pecaminosa, nas hostes angélicas e humanas que seguem a Satanás.

Eis o que precisa ser dito, comentado, lembrado, acentuado, proclamado, e mais uma vez lembrado aos pés da Cruz. Pois que somos tais, e o liberalismo a tal ponto nos desfigurou, que estamos sempre propensos a esquecer este aspecto imprescindível da Paixão.

Conhecia-o bem a Virgem das Virgens, a Mãe de todas as dores, que junto de seu Filho participava da Paixão. Conhecia-o bem o Apóstolo virgem que aos pés da Cruz recebeu Maria como Mãe, e com isto teve o maior legado que jamais foi dado a um homem receber. Porque há certas verdades que Deus reservou para os puros, e nega aos impuros.

Minha Mãe, no momento em que até o bom ladrão mereceu perdão, pedi que Jesus me perdoe toda a cegueira com que tenho considerado a obra das trevas que se trama em redor de mim.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

XII Estação

Jesus morre na Cruz

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Chegou por fim o ápice de todas as dores. É um ápice tão alto, que se envolve nas nuvens do mistério. Os padecimentos físicos atingiram seu extremo. Os sofrimentos morais alcançaram seu auge. Um outro tormento deveria ser o cume de tão inexprimível dor: “Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonastes?” De um certo modo misterioso, o próprio Verbo Encarnado foi afligido pela tortura espiritual do abandono, em que a alma não tem consolações de Deus. E tal foi este tormento, que Ele, de quem os Evangelistas não registraram uma só palavra de dor, proferiu aquele brado lancinante: “Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonastes?”

Sim, por quê? Por que, se era Ele a própria inocência? Abandono terrível, seguido da morte e da perturbação de toda a natureza. O sol se velou. O Céu perdeu seu esplendor. A Terra estremeceu. O véu do Templo de rasgou. A desolação cobriu todo o universo.

Por quê? Para remir o homem. Para destruir o 20pecado. Para abrir as portas do Céu. O ápice do sofrimento foi o ápice da vitória. Estava morta a morte. A Terra purificada era como um grande campo desbastado, para que sobre ela se edificasse a Igreja.

Tudo isto foi, pois, para salvar. Salvar os homens. Salvar este homem que sou eu. Minha salvação custou todo este preço. E eu não regatearei mais sacrifício algum para assegurar salvação tão preciosa. Pela água e pelo Sangue que verteram de vosso divino Lado, pela Chaga de vosso Coração, pelas dores de Maria Santíssima, Jesus, dai-me forças para me desapegar das pessoas, das coisas que me possam distanciar de Vós. Morram hoje, pregadas na Cruz, todas as amizades, todos os afetos, todas as ambições, todos os deleites que de Vós me separavam.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

XIII Estação

Jesus descido da Cruz

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

O repouso do Sepulcro Vos aguarda, Senhor. Nas sombras da morte, abris o Céu aos justos do limbo, enquanto na Terra, em torno de vossa Mãe, se reúnem uns poucos fiéis para Vos tributar honras funerárias. Há no silêncio destes instantes uma primeira claridade de esperança que nasce. Estas primeiras homenagens que Vos são prestadas são o marco inaugural de uma série de atos de amor da humanidade redimida, que se prolongarão até o fim dos séculos.

Quadro de dor, de desolação, mas de muita paz. Quadro em que se pressagia algo de triunfal nos cuidados indizíveis com que vosso divino Corpo é tratado.

Sim, aquelas almas piedosas se condoíam, mas algo nelas lhes fazia pressentir em Vós o Triunfador glorioso.

Possa eu também, Senhor, nas grandes desolações da Igreja, ser sempre fiel, estar presente nas horas mais tristes, conservando inabalável a certeza de que vossa Esposa triunfará pela fidelidade dos bons, pois que A assiste a vossa proteção.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

XIV Estação

Jesus posto no sepulcro

V. Nós vos adoramos ó Cristo e vos bendizemos.

R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Correu-se a laje. Parece tudo acabado. É o momento em que tudo começa. É o reagrupamento dos Apóstolos. É o renascer das dedicações, das esperanças. A Páscoa se aproxima.

Ao mesmo tempo, o ódio dos inimigos ronda em torno do sepulcro e de Maria Santíssima e dos Apóstolos.

Mas Eles não temem. E em pouco raiará a manhã da Ressurreição.

Possa também eu, Senhor Jesus, não temer. Não temer quando tudo parecer perdido irremediavelmente. Não temer quando todas as forças da Terra parecerem postas em mãos de vossos inimigos. Não temer porque estou aos pés de Nossa Senhora, junto da qual se reagruparão sempre, e sempre mais uma vez, para novas vitórias, os verdadeiros seguidores da vossa Igreja.

Pai nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

V. Tende piedade de nós Senhor. R. Tende piedade.

V. Pela misericórdia de Deus descansem as almas dos fiéis defuntos.. R. Amém.

A importância da Oração ao Espírito Santo

Talvez você não se dê conta, mas rezar a Oração ao Espírito Santo é de muita importância e pode mudar a sua vida! Não digo somente esta oração, mas sim de todas as orações que você possa rezar.

A oração é um meio necessário e seguro para obter a salvação e todas as graças que para tanto são necessárias. Eu não tenho esta possibilidade, mas se eu pudesse, quereria imprimir tantas cópias deste livro quantos são os cristãos que vivem sobre a terra e entregá-las a cada um deles.

E o que mais me aflige é ver que os padres pouco se preocupam em o explicar aos seus fiéis. E que também os livros de religião que hoje em dia correm pelas mãos dos cristãos não o explicam suficientemente. E isto quando na verdade todos os padres e todos os livros deveriam falar com insistência sobre a oração.

É verdade que eles ensinam meios excelentes para conservarem a graça de Deus, como fugir das ocasiões, frequentar os Sacramentos, e outros, todos utilíssimos.

Mas para que servirão as pregações, as meditações, e todos os outros meios de que falam os mestres do espírito, sem a oração, se o Senhor já declarou que não quer conceder a sua graça a não ser aos que oram?

Pedi e recebereis

São palavras de Jesus. Sem a oração, falando do ponto de vista da providência ordinária, serão inúteis todas as meditações que fizermos, todos os nossos propósitos, todas as nossas promessas.

Se não orarmos seremos sempre infiéis a todas as luzes que recebermos de Deus e a todas as promessas que fizermos.

A razão é porque, para fazer o bem de fato, para vencer as tentações, para por em prática as virtudes, ou seja, em uma palavra, para observar integralmente os mandamentos de Deus, não são suficientes as luzes que nós recebemos, nem as considerações e os propósitos que fazemos, mas além disso é necessária a ajuda constante de Deus.

As luzes recebidas, as considerações e os bons propósitos servem para que nos perigos e nas tentações de transgredir a lei de Deus nós de fato oremos e com a oração alcancemos o auxílio divino que nos preserve do pecado; mas se então não orarmos, estaremos perdidos.

Por isso, que eu falei em agradecer ao Senhor; porque é uma misericórdia muito grande a que Ele faz para com as pessoas a quem Ele dá a luz e a graça para orarem. Espero daqueles que tiverem lido esta obra que nunca mais desanimem e se esqueçam de recorrerem sempre a Deus por meio da oração quando se virem tentados a ofendê-lO.

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Anunciação do Senhor – 25 de Março

Anunciação do Senhor

Eu vos saúdo, ó criatura perfeitíssima!

Digamos hoje devotamente com o arcanjo Gabriel: Ave Maria, gratia plena. Eu vos saúdo, ó criatura perfeitíssima! Eu vos saúdo, virgem puríssima! Eu vos saúdo, ó Maria, cheia de graça, de beleza, de perfeição, de méritos perante o trono do Eterno; cheia de graça, de bondade, de amor, de misericórdia pelos vossos filhos que gemem ainda neste vale de lágrimas, por nós, pobres pecadores!

Vos saúdo, ó Maria, cheia de graça, de beleza, de perfeição

Eu vos saúdo com o anjo Gabriel; eu vos saúdo com ele por todos os anjos e arcanjos, por todos os tronos e dominações, por todos os querubins e serafins; eu vos saúdo com esse enviado de Deus, por Deus mesmo, pelo Pai que vos escolheu hoje por sua mãe, pelo Espírito Santo que vos escolheu hoje por esposa. Eu vos saúdo, enfim, ó Maria, permiti-mo, eu vos saúdo por mim e por todos os pecadores, cuja redenção é tratada hoje entre Vós e Deus.

Quem poderá compreender a honra que dais neste dia a Maria

Meu Deus, quem poderá compreender a honra que dais neste dia a Maria! Enviais-lhe vosso embaixador, um dos primeiros príncipes de vossa corte. E lhe enviais não somente para saudá-la e celebrar-lhe os louvores, mas para tratar com ela do grande mistério de vossa sabedoria e vossa misericórdia, da redenção dos homens e da glorificação de vosso nome em todos os séculos.

Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo vossa palavra

Para tratar com Ela de grandes coisas e obter-lhe o consentimento. Ela hesita, pensa, opõe como obstáculo a virgindade que prometeu ao Senhor. É necessário que o arcanjo lhe assegure que, por um milagre único de vosso poder, se tornará Mãe sem perder a virgindade. E só então Ela consentiu em aceitar a honra incomparável da maternidade divina, dizendo com profunda humildade: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo vossa palavra.”

Minha alma, mergulha no abismo da admiração

Era esse humilde consentimento que as três pessoas divinas esperavam. O Pai Eterno para lhe comunicar a honra inefável de gerar no tempo aquele que ele gera em toda a eternidade. O Filho, para tomar, em seu seio puríssimo, a carne inocente que devia imolar sobre a Cruz, o Espírito Santo, para operar Nela o mais estonteante de todos os mistérios. Ó minha alma, mergulha no abismo da admiração!

Que podem todos os anjos em comparação do que Deus fez por vós?

Ó Maria, não apenas Deus vos eleva hoje a uma dignidade incomparável, como também vos faz digna por sua graça e misericórdia. Depois disso, que poderei fazer eu para vos louvar, vos bendizer, vos amar dignamente? Que podem todos os homens? Que podem todos os anjos em comparação do que Deus fez por vós?

Depois de Deus, sois Vós que eu amo

Ó Maria que vos direi? Meu coração está cheio, tão cheio, que não sei o que vos dizer. Depois de Deus, sois Vós que eu amo, sóis Vós que honro, sois Vós que quero servir. Depois de Deus, sois Vós o meu amor, minha alegria, minha felicidade no tempo e na eternidade.

Ave Maria puríssima, sem pecado concebida!

Com Santo ladrão, chamado “Dimas”, segundo a tradição, que na cruz professou a fé em Cristo e mereceu ouvir d’Ele estas palavras: «Hoje estarás comigo no Paraíso».

Martirológio – Secretariado Nacional de Liturgia – PT

Março 25

2. Comemoração do santo ladrão, chamado “Dimas”, segundo a tradição, que na cruz professou a fé em Cristo e mereceu ouvir d’Ele estas palavras: «Hoje estarás comigo no paraíso».

3. Em Nicomedia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, São Dula, mártir.(† data inc.)

4. Em Roma, no cemitério de Ponciano, junto à Via Portuense, São Quirino, mártir.(† data inc.)

5. Em Tessalônica, cidade da Macedônia, na atual Grécia, Santa Matrona, mártir, que, sendo serva de uma mulher da Judeia, secretamente seguia a fé de Cristo; descoberta pela sua senhora, foi atormentada com vários suplícios; finalmente, flagelada até à morte, confessando o nome de Cristo entregou incorrupto o seu espírito a Deus.(† data inc.)

6. Em Milão, na Transpadânia, hoje na Lombardia, região da Itália, São Mona, bispo.(† c. 300)

7. Na ilha de Indre, próximo de Nantes, na França, Santo Hermelando, que passou da corte régia ao mosteiro de Fontenelle e depois foi o primeiro abade do mosteiro do lugar.(† c. 720)

8. Em Mâmmola, próximo de Gerace, na Calábria, região da Itália, São Nicodemos, eremita, que foi mestre de vida monástica, insigne pela sua austeridade e grandes virtudes.(† 990)

9. Em Sázava, na Boémia, atualmente na Chéquia, São Procópio, que, deixando a esposa e o filho, se consagrou à vida eremítica, depois dirigiu o mosteiro por ele fundado neste lugar e celebrou os louvores divinos no rito grego e em língua eslava.(† 1053)

10. Em Schaffhausen, na Suábia, atualmente na Alemanha, o Beato Everardo, conde de Nellenburg, que abraçou a vida monástica no cenóbio de Todos os Santos por sua intervenção construído.(† 1078)

11. Em Costacciaro, na Úmbria, região da Itália, o Beato Tomás, eremita, que passou sessenta e cinco anos de vida anacorética e ensinou outros a seguir o mesmo caminho espiritual.(† 1337)

12. Em York, na Inglaterra, Santa Margarida Clitherow, mártir, que, com o assentimento do esposo, aderiu à fé católica, nela educou os filhos e se prontificou a esconder em sua casa os sacerdotes perseguidos; por isso foi presa várias vezes, no reinado de Isabel I, e recusando defender a sua causa no tribunal, para que não pesasse sobre a consciência dos conselheiros do juiz o remorso de uma condenação à morte, foi esmagada sob um enorme peso até a morte por Cristo.(† 1586)

13. Em Winton, também na Inglaterra, o Beato Jaime Bird, mártir, que, sob o governo da mesma rainha, com dezanove anos de idade e recentemente convertido à fé católica, por ter recusado participar numa liturgia herética mereceu entrar na celebração do culto celeste.(† 1592)

14. Em Montefiascone, na Toscana, hoje no Lácio, região da Itália, Santa Lúcia Filippíni, fundadora do Instituto das Piedosas Mestras, destinado a promover a formação das jovens e mulheres, principalmente as mais pobres.(† 1732)

15. Em Niederweinigen, próximo de Essen, na Alemanha, a Beata Maria Rosa Flesch (Margarida Flesch), virgem, fundadora do Instituto das Irmãs Franciscanas de Santa Maria dos Anjos.(† 1906)

16. Em Roma, junto de São Paulo, na Via Ostiense, o Beato Plácido Riccárdi, presbítero da Ordem de São Bento, que, atormentado por contínuas febres, enfermidades e paralisia, seguiu indefectivelmente a observância regular e a oração e ensinou aos outros a mesma atitude exemplar.(† 1915)

17. Em Chervonohrad, cidade próxima de L’viv, na Ucrânia, a Beata Josafata (Miquelina Hordáshevska), virgem, que, no Instituto das Irmãs Servas de Maria Imaculada por ela fundado, se dedicou a fazer o bem onde houvesse maior necessidade.(† 1919)

18. Em Ein Keren, próximo de Jerusalém, Santa Maria Alfonsina Danil Ghattas, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs Dominicanas do Santíssimo Rosário de Jerusalém.(† 1927)

19. Em Majdanek, cidade próxima de Lublin, na Polônia, o Beato Emiliano Kovc, presbítero e mártir, que, durante a guerra, deportado para um campo de concentração, pelo combate da fé alcançou a vida eterna.(† 1944)

20. No campo de concentração de Dachau, perto de Munique, cidade a Baviera, na Alemanha, o Beato Hilário Januszewski, presbítero da Ordem dos Irmãos Descalços de Nossa Senhora do Carmo e mártir, que, durante a guerra, deportado da Polônia para um cárcere estrangeiro pelo nome de Cristo, morreu contagiado pela tuberculose na assistência aos enfermos, deixando um insigne testemunho de fé e caridade.(† 1945)

Anunciação do Senhor – Solenidade | Terça-feira

Primeira Leitura (Is 7,10-14;8,10)

Leitura do Livro do Profeta Isaías.

Naqueles dias, 10 o Senhor falou com Acaz, dizendo: 11 “Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, quer provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu”. 12 Mas Acaz respondeu: “Não pedirei nem tentarei o Senhor”. 13 Disse o profeta: “Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? 14 Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel, 8,10 porque Deus está conosco.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório Sl 39(40),7-8a.8b-9.10,11 (R. 8a.9a)

— Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

— Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

— Sacrifício e oblação não quisestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados, E então eu vos disse: “Eis que venho!” 

— Sobre mim está escrito no livro: “Com prazer faço a vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!”

— Boas-novas de vossa justiça anunciei numa grande assembleia; vós sabeis: não fechei os meus lábios! 

— Proclamei toda a vossa justiça, sem retê-la no meu coração; vosso auxílio e lealdade narrei. Não calei vossa graça e verdade na presença da grande assembleia. 

Evangelho (Lc 1,26-38)

— Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!

— A Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós vimos sua glória que recebe de Deus Pai.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 26 o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29 Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30 O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34 Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35 O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível”. 38 Maria, então, disse:”Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

3ª Semana da Quaresma | Segunda-feira

Primeira Leitura (2Rs 5,1-15a)

Leitura do Segundo Livro dos Reis

Naqueles dias, 1 Naamã, general do exército do rei da Síria, era um homem muito estimado e considerado pelo seu senhor, pois foi por meio dele que o Senhor concedeu a vitória aos arameus. Mas esse homem, valente guerreiro, era leproso. 2 Ora, um bando de arameus que tinha saído da Síria, tinha levado cativa uma moça do país de Israel. Ela ficou ao serviço da mulher de Naamã. 3 Disse ela à sua senhora: “Ah, se meu senhor se apresentasse ao profeta que reside em Samaria, sem dúvida, ele o livraria da lepra de que padece!” 4 Naamã foi então informar o seu senhor: “Uma moça do país de Israel disse isto e isto”. 5 Disse-lhe o rei de Aram: “Vai, que eu enviarei uma carta ao rei de Israel”. Naamã partiu, levando consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez mudas de roupa. 6 E entregou ao rei de Israel a carta, que dizia: “Quando receberes esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o cures de sua lepra”. 7 O rei de Israel, tendo lido a carta, rasgou suas vestes e disse: “Sou Deus, porventura, que possa dar a morte e a vida, para que este me mande um homem para curá-lo de lepra? Vê-se bem que ele busca pretexto contra mim”. 8 Quando Eliseu, o homem de Deus, soube que o rei de Israel havia rasgado as vestes,mandou dizer-lhe: “Por que rasgaste tuas vestes? Que ele venha a mim, para que saibas que há um profeta em Israel”. 9 Então Naamã chegou com seus cavalos e carros, e parou à porta da casa de Eliseu. 10 Eliseu mandou um mensageiro para lhe dizer: “Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e tua carne será curada e ficarás limpo”. 11 Naamã, irritado, foi-se embora, dizendo: “Eu pensava que ele sairia para me receber e que, de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, e que tocaria com sua mão o lugar da lepra e me curaria. 12 Será que os rios de Damasco, o Abana e o Farfar, não são melhores do que todas as águas de Israel, para eu me banhar nelas e ficar limpo?” Deu meia-volta e partiu indignado. 13 Mas seus servos aproximaram-se dele e disseram-lhe: “Senhor, se o profeta te mandasse fazer uma coisa difícil, não a terias feito? Quanto mais agora que ele te disse: ‘Lava-te e ficarás limpo'”. 14 Então ele desceu e mergulhou sete vezes no Jordão, conforme o homem de Deus tinha mandado, e sua carne tornou-se semelhante à de uma criancinha, e ele ficou purificado. 15a Em seguida, voltou com toda a sua comitiva para junto do homem de Deus. Ao chegar, apresentou-se diante dele e disse: “Agora estou convencido de que não há outro Deus em toda a terra, senão o que há em Israel!”

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório Sl 41(42),2.3;Sl 42(43),3.4 (R. 41[42],3)

— Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: e quando verei a face de Deus?

— Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: e quando verei a face de Deus? 

— Assim como a corça suspira pelas águas correntes,suspira igualmente minh’alma por vós, ó meu Deus! 

— A minh’alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo.Quando terei a alegria de ver a face de Deus? 

— Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia;que me levem ao vosso Monte santo, até a vossa morada! 

— Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus! 

Evangelho (Lc 4,24-30)

— Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!

— No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

Jesus, vindo a Nazaré, disse ao povo na sinagoga:24 “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25 De fato, eu vos digo:no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26 No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia. 27 E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. 28 Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29 Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30 Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Santa Catarina da Suécia, Viúva, Abadessa – 24 de Março

Santa Catarina da Suécia, Viúva, Abadessa

Filha de Santa Brígida

Aparentada com a casa reinante e rica de muitas terras, filha de santa Brígida

Nasceu num lar de gente aparentada com a casa reinante e rica de muitas terras. Seu pai, Ulfo Gadmarsson, membro do Conselho Real e governador da região de Narke, era um fervoroso cristão, sua mãe, santa Brígida, patrona da Europa, ensinava-lhe como aos outros sete filhos as vias da espiritualidade, sobretudo através de leituras bíblicas e do exemplo dos santos cujas vidas estavam constantemente sob o seu olhar.

Casou-se aos 14 anos, mas se mantiveram virgens

Educada desde tenra idade, na abadia de Bisberg, aos catorze anos, foi, segundo as normas da gente fidalga naquela época, dada em casamento a Edgar, de nobre linhagem e fervoroso católico. Catarina aceitou este matrimônio, mas fez saber ao marido a sua intenção de permanecer virgem, promessa que ele respeitou durante os sete anos que viveu com ela.

Com a mãe se dedicou na reforma das Igreja

Estava esta bem-aventurada mulher em Roma, para ganhar o jubileu de 1350, quando recebe a notícia da morte do marido. Como aí se encontrava sua mãe, fundadora da Ordem do Santíssimo Salvador, desejosa de cooperar na reforma da Igreja tão pouco empenhada no serviço de Deus, nessa época, quando os Papas viviam em Avinhão, permaneceu com ela, durante vinte e três anos, secundando as suas iniciativas e propósitos.

No mosteiro, a existência desenrola-se nas práticas de penitência, jejuns, orações quase contínuas e obras de caridade, dando um admirável exemplo a toda a comunidade.

Fez-se peregrina para sentir amor a Cristo

Em 1372, faz-se, com a mãe, peregrina dos lugares santos. Vive na Palestina, a Terra do Evangelho como costuma denominá-la, durante meio ano, haurindo um amor entranhado a Jesus Cristo, apoiada pela contemplação dos espaços, onde decorreram os acontecimentos da salvação.

Em Roma, morre-lhe a mãe, no dia 23 de Julho de 1373. Decide acompanhar os seus restos mortais até Vadstena, onde a sepulta, e tomar a direção da comunidade aí sediada.

Volta, de novo, a Roma a fim de apressar a canonização de sua mãe e obter do Papa a aprovação definitiva da Ordem monástica por ela fundada.

Com Santa Catarina de Siena lutou pelo Papa de Roma

Nesse ínterim, enquanto habitava a casa, onde vivera Santa Brígida, na Praça Farnese, contatou com gradas figuras da Igreja, entre as quais Santa Catarina de Sena e interveio na triste polêmica do cisma do Ocidente entre o Papa Urbano VI e o antipapa Clemente VII. Lutou a favor do Papa de Roma e juntamente com a sua homônima de Sena conseguiu pacificar as intrigas da cidade eterna.

Morre com um prestígio admirável

Em 1380, encontramo-la no mosteiro de Vadstena, no seu posto de abadessa. Aí morre a 24 de Março de 1381, por entre um prestígio admirável donde ressalta não apenas a sua santidade como ainda a prudência, na condução dos negócios da Igreja.

Seguindo o exemplo da mãe, deixou alguns tratados inéditos de conteúdo místico, onde trata vários assuntos práticos do caminho espiritual.

Venerada como santo pelos muitos milagres

Embora nunca se houvesse celebrado oficialmente a cerimônia de sua canonização, tão pedida pela nobreza sueca a Sixto IV, o povo sempre a venerou, por causa dos muitos milagres acontecidos junto da sua tumba. Clemente VIII autorizou a trasladação do seu corpo e daí o seu culto.

Santa Catarina da Suécia, rogai por nós!

Oração – Que possamos ser, a exemplo de Brígida e Catarina, modelos de santidade e fidelidade a vossa doutrina perante os nossos. Dai-nos a graça de, com alegria e paz, semearmos o vosso reino entre aqueles que nos recomendastes. Amém.

Catarina: Significa “pura”, “casta”. Tem origem no nome grego Aikaterhíne, que deriva da palavra katharós, que significa “pura, casta”.

Com Beato Diogo José de Cádis (Francisco José López-Caamaño), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, pregador insigne e intrépido defensor da liberdade da Igreja.

Martirológio – Secretariado Nacional de Liturgia – PT

Março 24

1. Em Cesareia da Palestina, os santos mártires Timolau, Dionísio, Páusides, Rômulo, Alexandre e outro Alexandre, que, durante a perseguição do imperador Diocleciano, conduzidos de mãos atadas ao prefeito Urbano, confessaram ser cristãos e, poucos dias depois, foram decapitados com os companheiros Agápio e outro Dionísio, merecendo assim as coroas da vida eterna.(† 303)

2. Na Mauritânia, no território atualmente da Argélia, Santo Secúndulo, que sofreu o martírio pela fé em Cristo.(† data inc.)

3. Em Clogher, na Hibérnia, atual Irlanda, São Mac Cairthind, bispo, que é considerado discípulo de São Patrício.(† s. V)

4. Em Catânia, na Sicília, região da Itália, São Severo, bispo.(† 814)

5. Em Fabriano, no Piceno,  Marcas, região da Itália, o Beato João del Bastone, presbítero e monge, companheiro de São Silvestre, abade.(† 1290)

6. Em Valdstena, na Suécia, Santa Catarina, virgem, filha de Santa Brígida, que, dada em casamento contra a sua vontade, conservou a virgindade de comum acordo com seu esposo e, após a morte dele, se consagrou à vida de piedade. Peregrina de Roma e da Terra Santa, trasladou os restos mortais de sua mãe para a Suécia e depositou-os no mosteiro de Valdstena, onde ela mesma tomou o hábito monástico.(† 1381)

7. Em Ronda, na Andaluzia, região da Espanha, o Beato Diogo José de Cádis (Francisco José López-Caamaño), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, pregador insigne e intrépido defensor da liberdade da Igreja.(† 1801)

8. Em Faícchio, localidade de Benevento, na Itália, a Beata Maria Serafina do Sagrado Coração (Clotilde Michele), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs dos Anjos, Adoradoras da Santíssima Trindade.(† 1911)

9. Em Pniewite, junto de Gdansk, na Polônia, a Beata Maria Karlowska, virgem, que, para reconduzir as jovens e mulheres indigentes e de vida dissoluta à dignidade de filhas de Deus, fundou a Congregação das Irmãs do Divino Pastor da Divina Providência.(† 1935)

10. Em San Salvador, cidade de El Salvador, o Beato Óscar Arnulfo Romero Galdámez, bispo e mártir, que, tendo dedicado a sua solicitude pastoral especialmente aos pobres e oprimidos, foi assassinado em ódio à fé cristã.(† 1980)