Exaltação da Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores

De joelhos, ante a Mãe Dolorosa…

Quem, Senhora, vendo-Vos assim em pranto, ousaria perguntar por que chorais?

Nem a Terra, nem o mar, nem todo o firmamento, poderiam servir de termo de comparação à vossa dor.

Dai-me, minha Mãe, um pouco, pelo menos, desta dor.

Dai-me a graça de chorar a Jesus, com as lágrimas de uma compunção sincera e profunda.

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Olhando para a fisionomia de Maria, sou convidado a pensar…

Sofreis em união a Jesus. Dai-me a graça de sofrer como Vós e como Ele. Vossa dor maior não foi por contemplar os inexprimíveis padecimentos corpóreos de vosso Divino Filho.

Jesus sofre no corpo e na alma!

Que são os males do corpo, em comparação com os da alma? Se Jesus sofresse todos aqueles tormentos, mas ao seu lado houvesse corações compassivos!

O sofrimento causado pelo ódio…

Se o ódio mais estúpido, mais injusto, mais alvar, não ferisse o Sagrado Coração enormemente mais do que o peso da Cruz e dos maus tratos feriam o Corpo de Nosso Senhor!

e pela ingratidão

Mas a manifestação tumultuosa do ódio e da ingratidão daqueles a quem Ele tinha amado… a dois passos, estava um leproso a quem havia curado… mais longe, um cego a quem tinha restituído a vista… pouco além, um sofredor a quem tinha devolvido a paz.

E todos pediam a sua morte, todos O odiavam, todos O injuriavam.

Tudo isto fazia Jesus sofrer imensamente mais do que as inexprimíveis dores que pesavam sobre seu Corpo.

O sofrimento que Jesus padeceu por causa dos nossos pecados

E havia pior. Havia o pior dos males. Havia o pecado, o pecado declarado, o pecado protuberante, o pecado atroz. Se todas aquelas ingratidões fossem feitas ao melhor dos homens, mas por absurdo não ofendessem a Deus!

Mas elas eram feitas ao Homem-Deus, e constituíam contra toda a Trindade Santíssima um pecado supremo. Eis aí o mal maior da injustiça e da ingratidão.

Este mal não está tanto em ferir os direitos do benfeitor, mas em ofender a Deus.

E de tantas e tantas causas de dor, a que mais Vos fazia sofrer, Mãe Santíssima, Redentor Divino, era por certo o pecado.

E eu? Lembro-me de meus pecados?

Lembro-me, por exemplo, do meu primeiro pecado, ou do meu pecado mais recente?

Da hora em que o cometi, do lugar, das pessoas que me rodeavam, dos motivos que me levaram a pecar?

Se eu tivesse pensado em toda a ofensa que Vos traz um pecado, teria ousado desobedecer-Vos, Senhor?

Oh, minha Mãe, pela dor do santo Encontro,

obtende-me a graça de ter sempre diante dos olhos Jesus Sofredor e Chagado,

precisamente como O vistes neste passo da Paixão.

(4a estação da Via Sacra, Plinio Corrêa de Oliveira)

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