Como Rezar o Terço

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Como Rezar o Terço?

Em todas as aparições de Fátima, Nossa Senhora repetiu: “Rezai o Rosário todos os dias”, mostrando-nos que essa é a oração que mais lhe agrada e com a qual podemos obter “infalivelmente” as graças de que precisamos.


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Apesar de sua forma simples, o Rosário é o memorial de toda a vida de Nosso Senhor Jesus cristo, que contemplamos ao longo de cada Ave-maria.

Entregando-nos esse sacramental a Mãe de Deus quis colocar ao nosso alcance um poderosíssimo meio de salvação e um auxílio nas dificuldades.

As graças ligadas ao Terço (a parte diária do Rosário) são tão abundantes que podemos aplicar a ele as palavras de São Bernardo de Claraval, na famosa oração do “Lembrai-vos”: Nunca se ouviu dizer que alguém tenha recorrido à sua proteção e tenha sido desamparado.


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Contemplação dos Mistérios Gozosos

 

Irmã Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado

Tendo visto como a oração do santo Rosário ou Terço é a oração que, para todos em geral, Deus mais nos tem recomendado pelo Magistério da Igreja e através da Mensagem que nos enviou por meio de Nossa Senhora, vamos agora ver os mistérios da nossa Redenção que esta oração nos leva a recordar e a contemplar em cada dezena.

Para a maior parte dos cristãos, que vivem envolvidos na atmosfera corrompida do mundo, quase se torna inútil falar-lhes de oração mental. Recomenda-se-lhes, por isso, a oração vocal, coletiva e particular: a oração litúrgica da Santa Missa e a reza do Terço.

No santo Rosário ou Terço, encontramos toda a riqueza das verdades de Deus, ou antes, a revelação de Deus aos homens. Desde o mistério da Santíssima Trindade, que Deus nos revelou na Anunciação do Anjo S. Gabriel a Maria, até ao mistério do Verbo feito homem, à Sua vida, paixão, morte, ressurreição e ascensão aos Céus, onde permanece vivo seja à direita do Pai, seja entre nós na Sua Igreja, nos Sacramentos, no sacrário onde permanece nas hóstias consagradas, e nos irmãos que formam conosco o Seu Corpo Místico, do qual todos somos membros vivos e operantes.

Esta é a fé que haurimos na oração, e é a oração que sustenta e aumenta em nós a fé. Percorrendo os Mistérios do Rosário, recebemos a luz da verdade e força da graça para bem acolher e cooperar na obra redentora operada por Cristo.

Primeiro Mistério: A Anunciação a Maria

Na primeira dezena, recordamos a anunciação do Anjo S. Gabriel a Maria: «O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré, a uma virgem (…), e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o Anjo disse-lhe: “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo”. Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o Anjo: “Não tenhas receio, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus dar-Lhe-á o trono de Seu pai David, reinará eternamente na casa de Jacob e o Seu reinado não terá fim”. Maria disse ao Anjo: “Como, será isso, se eu não conheço homem?” O Anjo respondeu-lhe: “O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra. Por isso mesmo é que o Santo que vai nascer há de chamar-Se Filho de Deus”»(Lc 1,26-35).

Nesta passagem sagrada, Deus revela-nos como se realizou a encarnação do Verbo Eterno; dá-nos a conhecer o mistério da Santíssima Trindade, ou seja, um só Deus em três Pessoas distintas: o Espírito Santo virá sobre ti, o Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra, e o Filho que há de nascer chamar-Se-á Filho de Deus.

Revela-nos a virgindade e a pureza imaculada de Maria: Deus não quis para Mãe do Seu Filho uma mulher qualquer, porque Este não podia assumir uma natureza manchada pelo pecado. Por isso, Deus fez Maria imaculada, desde o primeiro instante da sua vida, desde o momento da sua conceição; e Ela permaneceu sempre virgem, porque o Filho de Deus não podia confundir-Se com nenhum outro, segundo a natureza humana, o que viria a acontecer, se um outro nascesse da mesma Mãe.

O Anjo disse a Maria que Ela era cheia de graça: Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo! Se Maria não fosse imaculada e toda santa, o Anjo não poderia dizer-Lhe que era cheia de graça, porque teria n”Ela a mancha do pecado.

«O Senhor está contigo» – diz-Lhe o Anjo -, porque Maria é toda só de Deus e toda só para Deus. E pensar que Jesus compartilhou conosco a Sua Mãe! Deu-nos Maria por Mãe na ordem espiritual da graça. Grande dom que Deus nos concedeu!

E o Anjo continuou: «Não tenhas receio, Maria, pois achaste graça diante de Deus». Sim, atraiu sobre Ela o olhar de Deus, porque era virgem, pura e imaculada, e, por isso, foi escolhida para ser o primeiro templo humano habitado pela Santíssima Trindade. Pelos méritos do Verbo humanado por Quem recebemos o perdão e a graça, também nós, se temos a felicidade de possuir o dom da fé e de viver sem pecado, somos templos vivos da adorável Trindade, que reside em nós segundo os textos sagrados: «Se Me amares – diz Jesus -, guardareis os Meus mandamentos. E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para estar convosco para sempre, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode recebe; porque não O vê nem conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós» (Jo 14,15-17). E S. Paulo adverte-nos para o mesmo: «Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus, que sois vós, é santo. Ninguém se engane a si mesmo» (1Cor 3,16-18).

Jesus Cristo e o Apóstolo dizem-nos aqui que nós somos os templos vivos de Deus e que é preciso conservar puro o nosso templo, porque somos a morada de Deus e para que a vida de Deus resida em nós e nos comunique a imortalidade.

Ave-Maria!

Segundo Mistério: A visita de Nossa Senhora a Santa Isabel

Na segunda dezena do Rosário, recordamos a visita de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel. Deixamos, no primeiro mistério, o Anjo em diálogo com Maria, tendo aquele acrescentado depois: «”Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e está já no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus”. Maria disse então: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim, segundo a tua palavra”. E o Anjo retirou-se de junto dela.

«Por aqueles dias, pôs-se Maria a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Erguendo a voz, exclamou: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? (…) Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor”» (Lc 1,36-45).

Este encontro de Nossa Senhora com a sua prima Santa Isabel mostra-nos a grande fé e a humildade profunda de Maria. Vê-se isso, logo na resposta que dá ao Anjo, quando este Lhe anuncia que foi escolhida para Mãe de Deus. Não Se sente exaltada ou elevada a um nível superior. Acredita nas palavras do Anjo; reconhece a sua pequenez diante de Deus e oferece-Se para servi-Lo na qualidade de escrava: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim, segundo a tua palavra.»

E é olhando sempre para a misericórdia do Senhor que Maria responde a sua prima: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador; porque olhou para a humilde condição da Sua serva» (Lc 1,46-48).

A Virgem Maria e Santa Isabel entoam aqui o mais belo cântico de louvor a Deus. É que os seus lábios são movidos pelo Espírito Santo. Oh, não fosse Maria o templo vivo da adorável Trindade!

Ave-Maria!

Terceiro Mistério: O nascimento de Jesus Cristo

Na terceira dezena do Rosário, recordamos o nascimento de Jesus Cristo, o Deus feito homem. É a obra-prima do amor! Deus que desce do Céu à terra, para salvar as Suas pobres criaturas.

«Eu sou o pão vivo que desceu do Céu» (Jo 6,51) – dirá Ele mais tarde, na sinagoga de Cafarnaum. Sim, veio do Céu, fez-Se homem, abraçando a humilde condição da criatura! Ele que é Deus, eterno como o Pai, igual ao Pai em poder, sabedoria e amor! Nasce como homem, mas é eterno como Deus! Mistério que o Apóstolo S. João assim nos descreve: «No princípio, já existia o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. (…) E o Verbo fez-Se homem e habitou entre nós, e nós vimos a Sua glória, glória que Lhe vem do Pai, como Filho único, cheio de graça e de verdade» (Jo 1,1.14).

Veio ao mundo feito homem e manifestou-Se como Luz. Luz que brilha nas trevas: presente entre nós, hoje como então, mas velou-nos a humanidade; está presente pela Sua palavra e pelas Suas obras, pela Eucaristia e pelos Sacramentos, pela Igreja e na pessoa de cada um dos nossos irmãos. Ele diz: «Eu sou a Luz do mundo. Quem Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8, 12). Para os que seguem a Cristo, n”Ele encontrarão a luz e a vida.

Eis como se deu o nascimento de Jesus Cristo: «Por aqueles dias, saiu um edito da parte de César Augusto, para ser recenseada toda a terra. Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria, e iam todos recensear-se, cada qual à sua própria cidade. Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galiléia, subiu até à Judéia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, a fim de recensear-se com Maria, sua mulher; que se encontrava grávida. E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver para eles lugar na hospedaria.

«Na mesma região, encontravam-se uns pastores, que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite. O Anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu em volta deles, e tiveram muito medo. Disse-lhes o Anjo: “Não temais, pois, vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador; que é o Messias, Senhor. Isto vos servirá de sinal para o identificardes: encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”. De repente, juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do Seu agrado”.

«Quando os Anjos se afastaram deles em direção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: “Vamos então até Belém e vejamos o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer”. Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o Menino, deitado na manjedoura. E, quando os viram, começaram a espalhar o que lhes tinham dito a respeito daquele Menino. Todos os que ouviram se admiraram do que lhes disseram os pastores. Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração. E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado» (Lc 2, 1-20).

Como S. Lucas refere aqui, os pastores viram e ouviram o que lhes foi dito, acreditaram e louvaram a Deus. Do mesmo modo, também nós devemos avivar a nossa fé na revelação que Deus aqui nos faz, acreditar e dizer: «Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam». E como Nossa Senhora, guardar todas estas verdades no nosso coração, com fé, com esperança e com amor.

Ave-Maria!

Quarto Mistério: A apresentação de Jesus no templo

Na quarta dezena do Rosário, recordamos a apresentação de Jesus no templo. S. Lucas descreve-nos esta passagem da vida de Cristo, nos seguintes termos:

«Quando se completaram os oito dias, após os quais devia ser circuncidado, deram-lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo antes de ter sido concebido no seio materno.

«Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-n”O a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na lei de Deus: “Todo primogênito varão será consagrado ao Senhor”» (Lc 2, 21-23).

A circuncisão, prescrita por Deus na Lei Antiga, foi substituída pelo Batismo, do qual era figura, e que Jesus Cristo havia de instituir mais tarde como Sacramento, para apagar em nós a mancha do pecado original, fazer-nos membros do Seu Corpo Místico e participantes das graças da Sua obra redentora.

O exemplo de fidelidade na observância da Lei de Deus, que Nossa Senhora aqui nos dá, deve mover-nos a seguir o mesmo caminho de fidelidade a Deus e à Sua Igreja.

Ao cumprir este preceito de apresentar o seu primogênito no templo, para ser oferecido ao Senhor, Maria exerce ao mesmo tempo a missão, que Deus lhe confiou, de co-redentora do gênero humano. Maria conhece as Escrituras Sagradas e, por elas, sabe que o seu Filho está destinado a ser vítima de expiação pelos pecados dos homens e hóstia de louvor oferecida a Deus.

Medita no que a este respeito profetizou Isaías: «Quem acreditou no nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do Senhor? Cresceu na sua presença como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente, desprezado e evitado pelos homens, como homem das dores, experimentado nos sofrimentos, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desestimado. Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado. Mas foi castigado pelos nossos crimes, esmagado pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre Ele, fomos curados nas suas chagas. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um seguia o seu caminho; o Senhor carregou sobre Ele a iniqüidade de todos nós. Foi maltratado e resignou-se, não abriu a boca, como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha emudecida nas mãos do tosquiador. Sem defesa, sem justiça, o levaram: quem meditou no seu destino? Foi suprimido da terra dos vivos, e morto pelos pecados do seu povo. Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios, e uma tumba entre os malfeitores, embora não haja cometido iniqüidade, e nunca se tenha achado dolo na sua boca. Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo com sofrimento, oferecendo a sua vida em sacrifício expiatório» (Is 53, 1-10).

Maria sabe que toda esta profecia se há de cumprir na pessoa do seu Filho; sabe que é Ele o enviado por Deus, para operar a obra da nossa Redenção. E longe de querer subtraí-Lo a tantas penas e amarguras, toma-O nos seus braços de pureza imaculada, leva-O ao templo com as suas mãos virginais e depõe-n”O sobre o altar para que o sacerdote O ofereça ao eterno Pai como vítima expiatória e hóstia de louvor.

Aqui, Maria não oferece só o seu Filho, mas oferece-Se a Si própria com Cristo, porque o Seu corpo e o Seu sangue recebera-O Jesus de Maria; assim Maria oferece-Se em Cristo e com Cristo a Deus, sendo co-redentora com Cristo da humanidade.

Neste mistério da apresentação de Jesus, as mãos puras de Maria são a primeira patena, sobre a qual Deus colocou a primeira hóstia; e, dessa patena, a tomou o sacerdote de turno no templo de Jerusalém, para elevá-la sobre o altar e oferecê-la ao Pai como propriedade que Lhe é devida e oferta em que Ele absolutamente Se compraz. Aqui temos uma figura; mais tarde será a verdadeira Missa, quando o sacrifício de expiação estiver para se consumar no Calvário: Jesus, pelas Suas próprias mãos, oferecer-Se-á ao Pai pelos homens, sob as espécies consagradas do pão e do vinho, dizendo aos sacerdotes da Nova Aliança: «Fazei isto em Minha memória» (Lc 22, 19), isto é, oferecei ao Pai o Meu sacrifício para que ele se renove no altar pela salvação do mundo. Porque «isto é o Meu Corpo que vai ser entregue por vós; (…) este cálice é a nova aliança no Meu Sangue, que por vós se vai derramar» (Lc 22, 19-20).

Ave Maria!

Quinto Mistério: A ida de Jesus ao templo de Jerusalém

Na quinta dezena do Rosário, recordamos a ida de Jesus Cristo ao templo de Jerusalém, para aí tomar parte na oração coletiva do povo de Deus. Assim nos descreve S. Lucas este passo da vida do Senhor: «Seus pais iam todos os anos a Jerusalém pela festa da Páscoa. Quando chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume dos dias da festa. Terminados esses dias, regressaram a casa, e o Menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o soubessem. Pensando que Ele Se encontrava nas caravanas, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-Lo entre os parentes e conhecidos. Não O tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Volvidos três dias, encontraram-n”O no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas (…) e Sua mãe disse-Lhe: “Filho, porque nos fizeste isto? Olha que Teu pai e eu andávamos aflitos à Tua procura”. Ele respondeu-lhes: “Porque Me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de Meu Pai?”» (Lc 2,41-49).

A Sagrada Família dá-nos aqui um grande exemplo de vida cristã. Não os detém a distância, nem a falta de transporte para irem ao templo de Jerusalém juntar a sua oração à que o povo de Deus oferecia ao Senhor. O templo de Jerusalém lembra aqueles lugares de culto que hoje, para nós, são as nossas igrejas, onde também nós devemos ir para, todos unidos, oferecermos a Deus as nossas preces e os nossos louvores.

Na resposta que deu a sua Mãe, Jesus Cristo diz-nos que o templo é a casa de Deus: «Não sabíeis que devia estar em casa de Meu Pai?». Assim as igrejas são a casa do nosso Pai; por isso, devemos ir lá com fé, com respeito e com amor.

Vamos à casa do nosso Pai, para aí, unidos à volta da mesma mesa, nos alimentarmos do mesmo pão: o pão da Eucaristia, o pão da palavra de Deus. Tal como Jesus Cristo, devemos escutar aí a palavra de Deus, que nos é transmitida pelos Seus ministros, como o era então pelos doutores da lei ao povo de Deus.

Hoje, os continuadores desse povo somos nós; nós os que temos a felicidade de ter recebido o Batismo e, com ele, o dom da fé, sendo incorporados no Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja.

Ave-Maria!
Apelos da Mensagem de Fátima
Edição: Secretariado dos Pastorinhos
Fátima – Portugal – 2000 – (Pgs. 277-284)

A devoção dos Cinco Primeiros Sábados

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Como praticar a devoção dos Cinco Primeiros Sábados

Na terceira aparição, em Fátima, a 13/7/1917, a SSma. Virgem anunciou que viria pedir a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Mais tarde, a 10/12/1925, quando a Irmã Lúcia já estava na Casa das Dorotéias, em Pontevedra, na Espanha, Nossa Senhora apareceu-lhe de novo. A Seu lado via-se o Menino Jesus, em cima de uma nuvem luminosa:

“Olha, minha filha – disse-lhe a Virgem Maria – o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro sábado:

* se confessarem;
* receberem a Sagrada Comunhão;
* rezarem um terço e;
* Me fizerem quinze minutos de companhia meditando nos vinte mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar.

Eu prometo assisti-los na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.”

A confissão

No dia 15 de fevereiro de 1926, apareceu-lhe de novo o Menino Jesus. Perguntou-lhe se já tinha espalhado a devoção à sua Santíssima Mãe. A Irmã Lúcia apresentou a dificuldade que algumas almas tinham de se confessar ao sábado, e pediu para ser válida a confissão de oito dias.

“Sim, pode ser de muitos mais ainda, contanto que, quando Me receberem, estejam em graça, e que tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria.”

Por que os cinco Sábados?

Esta pergunta, levantada por muitos, também a fez a Irmã Lúcia a Nosso Senhor, que assim lhe respondeu:rn”Minha filha, o motivo é simples: são cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria.

1. As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
2. Contra a sua virgindade;
3. Contra a maternidade divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-La como Mãe dos homens;
4. Os que procuram publicamente infundir, nos corações das crianças, a indiferença, o desprezo, e até o ódio para com esta Imaculada Mãe;
5. Os que A ultrajam diretamente nas Suas sagradas imagens”. (Cfr. Memórias e Cartas da Irmã Lúcia, Porto, 1973).

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