Uma Luz brilhou para nós!
"Lux in tenebris lucet"
Com estas palavras o discípulo amado anunciou para seu tempo e para os séculos vindouros o grande acontecimento que celebramos neste mês.
Fórmula sintética que exprime o conteúdo inexaurivelmente rico do grande fato: havia trevas por toda a parte, e na obscuridade delas se acendeu a Luz.
Por isso a Santa Igreja afirma com estas palavras proféticas de Isaías o seu júbilo, na noite do Natal: “Hoje surgiu a luz para a mundo: o Senhor nasceu para nós. Ele será chamado Admirável, Deus, Príncipe da Paz, Pai do século futuro, e o seu reino não terá fim.”
Qual é a razão destas metáforas? Por que luz? Por que trevas?
Os comentadores são unânimes em afirmar que as trevas que cobriam a Terra quando o Salvador nasceu eram a idolatria dos gentios, o ceticismo dos filósofos, a cegueira dos judeus, a dureza dos ricos, a rebeldia e o ócio dos pobres, a crueldade dos soberanos, a ganância dos homens de negócio, a injustiça das leis, a conformação defeituosa do Estado e da sociedade.
Foi na mais profunda escuridão dessas trevas que Jesus Cristo apareceu como uma luz.
Qual a missão da luz? Evidentemente, dissipar as trevas. De fato, aos poucos, foram elas cedendo.
E, na ordem das realidades visíveis, a vitória da luz consistiu na instauração da civilização cristã que, embora com as falhas inerentes ao que é humano, foi o autêntico Reino de Cristo na Terra.
Na noite de Natal o Menino Jesus possuía o pleno uso de sua inteligência. E já no seu pobre berço, sofria ao prever a incredulidade e a impiedade se espalhando em tantos lugares da terra.
Mas, por outro lado, contemplou também todas as almas zelosas da glória e do serviço de Deus, vivendo e batalhando para o triunfo da virtude, sofrendo com os pecados e as ofensas que os homens cometem contra Ele, reparando-as com penitências e espírito de ascese.
Desse modo, a mente e o coração sagrados do divino Recém-nascido voltavam-se para os católicos fervorosos enquanto implorava ao Pai Eterno as forças necessárias para eles perseverarem no bom combate pelo bem.
Acerquemo-nos então do Presépio, e peçamos a Jesus, por meio de Nossa Senhora, de São José, dos Anjos, dos pastores e dos Reis Magos, que aceite nosso desejo de sermos conforme aos seus divinos desígnios.
Ofereçamos-Lhe o nosso anelo de nos unirmos às cogitações, meditações e considerações proféticas que Ele fez na manjedoura, a fim de vivermos o Natal em uníssono com Ele.
Imploremos uma inteira união de alma com o Divino Infante, de maneira a que tudo quanto existe no coração d’Ele esteja no nosso, tudo quanto palpite no Imaculado Coração de Maria lateje também no nosso.
E que o Natal celebrado por nós reflita exatamente o sentido de tudo quanto Jesus e Maria experimentaram naquela noite mil vezes bendita nas montanhas de Belém.
Plinio Corrêa de Oliveira
Desejando a todos os participantes e colaboradores da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima e a seus familiares um Feliz e Santo Natal!
E recordamos que suas intenções serão depositadas junto ao Presépio e nas intenções das Santas Missas!