Oração confiante e vitoriosa
Rosário: Oração que move montanhas!
Nossa Senhora do Rosário: a invocação é lindíssima!
O Rosário faz de Maria Santíssima a grande fonte de inspiração de nossa meditação e o alvo imediato de nossa oração durante a meditação.
Por causa dessa focalização muito especial de Nossa Senhora, o Rosário é a devoção marial por excelência.
Foi revelada pela Santíssima Virgem a São Domingos de Gusmão, que estava lutando contra uma “lepra” que infectava o Sul da França, com penetrações no litoral mediterrâneo da Espanha: a heresia albigense.
Para vencer esta heresia, Nossa Senhora revelou o Rosário que ficou, assim, o símbolo da alma ortodoxa e devota d’Ela.
Aquilo que matou o prenúncio da Revolução, adiando durante alguns séculos a eclosão da Revolução protestante, é indicado pela Mãe de Deus para o adiamento do fim do mundo e para obtermos a nossa própria fidelidade.
O Santo Rosário é, pois, uma devoção de luta! Estamos numa época de luta. Peçamos a Nossa Senhora que faça de nós lutadores inteiramente d’Ela.
Oração vitoriosa!
Há uma confiança heroica pela qual não desistimos de esperar, apesar de tudo. Por vezes, essa confiança faz a alma “sangrar”, mas ela continua a confiar, e diz:
“A promessa interior, inefável, que Nossa Senhora me fez não falhará. Confiarei e cumprirei a minha missão. Eu confio na palavra d’Ela!”
Qual é a palavra da Santíssima Virgem? É uma voz da graça, uma apetência que sentimos e que nos leva a todas as virtudes, ao amor de Deus. A isso nos devemos dar, e com base nessa palavra devemos estruturar a nossa confiança.
A alma assim vence a batalha, pois a oração dela move as montanhas.
Eis por que Nossa Senhora só revelou a São Pio V a vitória dos cristãos, na Batalha de Lepanto, depois de ele ter rezado um terço.
Ela quis mostrar que esta oração Lhe é tão grata, e que agrada tanto a Ela pedirmos aquilo de que precisamos, por meio da recitação do Rosário, que Maria Santíssima esperou aquela oração do Santo Pontífice para conceder esse enorme galardão.
A revelação a São Domingos
Como se sabe, o Rosário foi revelado por Nossa Senhora a São Domingos de Gusmão, o grande fundador da Ordem Dominicana, numa época em que a Cristandade se via ameaçada pelo alastramento da heresia albigense por quase toda a Europa. Para detê-la, Deus suscitou aquele santo varão, que se empenhou de modo ardorosíssimo na conversão dos hereges, cujo foco de proselitismo se assentava na cidade de Albi, no sul da França.
Depois de muitos e baldados esforços, São Domingos se recolheu e passou três dias jejuando e rezando continuamente, a fim de obter do Céu o socorro de que tanto necessitava. Porém, como último resultado de preces tão fervorosas, não obteve senão o minguamento de suas forças. Ele, vigoroso, pugnaz e piedoso, acabou desfalecido.
E é tocante imaginá-lo nessa hora de esmorecimento, em que ele se volta a Nossa Senhora, e Lhe dirige uma derradeira súplica:
Minha Mãe, não tenho mais forças, mas em Vós eu confio. E continuo a rezar, a rezar e a rezar, enquanto meus lábios puderem articular alguma palavra. Vós sabereis o que fazer de minhas pobres orações.
Depois de uma tão longa espera, diante de uma impetração tão meritória, o Céu afinal se manifestou. A Santíssima Virgem aparece e revela a São Domingos a devoção do Rosário, a suprema arma com a qual ele venceria a heresia. Mais ainda, entrega-lhe a prática piedosa que prolongaria por séculos a duração da Civilização Cristã, além e incutir alento a uma das maiores ordens religiosas da Igreja, em cujo seio floresceria São Tomás de Aquino e tantos outros heróis da Fé.
Nunca nos separemos do Rosário
E não será mesmo demasiado insistir nesta verdade: o Rosário é, para o católico, uma magnífica arma de guerra, dessa guerra mais importante e superior que é a batalha espiritual presente na vida de todo homem.
Essa guerra que travamos diariamente contra as tentações e as ciladas do demônio que procura perder nossas almas. Dessa guerra, portanto, em que lutamos para resistir às investidos do inimigo de nossa salvação, para expulsá-lo, para vencê-lo, e para deixar nossos corações dispostos a receberem as graças de Deus.
Como já tive ocasião de comentar, o demônio tem ódio e horror ao Rosário, pois se este o põe em fuga é porque vem a ser um elo poderosíssimo que liga o homem a Nossa Senhora.
E, portanto, se alguém se sente tentado, lembre- se de pegar logo o seu terço, e de pegá-lo fisicamente.
Melhor e mais recomendável: nunca, nunca, nunca nos separemos dele.
De tal maneira que o tragamos conosco quando dormimos, quando descansamos; quando estivermos lendo ou fazendo toda e qualquer coisa, que o Rosário esteja sempre junto a nós.
Mais ainda: durante o sono da noite, procuremos ter o Rosário nas mãos. E se recearmos que ele caia e ele deve ser tratado com muita reverência penduremo-lo ao pescoço ou no braço, ou arranjemos um outro modo de o conservar ligado ao nosso corpo.
Jamais larguemos o Rosário. É mesmo um conselho que se diria supérfluo para os autênticos devotos de Nossa Senhora.
E quando nossas mãos não puderem mais nem se abrir nem se fechar, mas forem fechadas por outros para a nossa última atitude de oração, que o Rosário esteja enleado no meio de nossos dedos.
De maneira que, chegado o momento da grandiosa ressurreição dos mortos, e dentro do caixão em que fomos sepultados o nosso corpo recobrar vida, entre nossos dedos revivificados esteja o santo Rosário.
Assim, com este anseio e esta esperança, concluo: eu quisera que, no augusto momento em que todos os católicos forem chamados à ressurreição, e eu também ressurgir, o meu primeiro ósculo fosse dado ao Rosário que eu encontrasse cingido às minhas mãos…
Plinio Corrêa de Oliveira
(Extraído de conferências de 6/10/1966, 7/10/1975 e 12/4/1985)