O Sim que mudou a História!
A Anunciação do Anjo e a Encarnação do Verbo no seio puríssimo de Maria
Em seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, São Luís Grignion de Montfort salienta que os devotos de Nossa Senhora terão especial apreço pelo Mistério da Encarnação, pois desta forma “imitam a dependência em que Deus Filho quis estar de Maria.
Dependência que transparece particularmente nesse Mistério no qual Jesus Cristo se torna cativo e escravo no seio de Maria Santíssima, aí dependendo d’Ela em tudo”. (cap. 8, art. 1, § IV).
Exímio nessa imitação do divino exemplo, Dr. Plinio deixou-nos estes comentários expressos numa Festa da Anunciação do Senhor.
Ao comemorarmos data de tão precioso significado, devemos considerar que Jesus Cristo tornou-se Escravo de Nossa Senhora desde o momento em que Ela, diante do convite apresentado por São Gabriel, aceitou de dar à luz o Messias, e o Espírito Santo então concebeu em seu claustro materno o Verbo encarnado.
Escolhida para ser a Esposa do Divino Espírito Santo
A Santíssima Virgem tornou-se, assim, Esposa do Divino Espírito Santo a um título muito particular, e passou a receber d’Ele orientações, diretrizes, atos de amor, de consolação, de uma sublimidade indizível.
Graças essas em estreita relação com os vínculos que o próprio Jesus, naquele seio puríssimo, mantinha com sua Mãe.
Estabelecia-se, assim, um maravilhoso convívio no qual Nossa Senhora era, ao mesmo tempo, a Filha predileta do Pai Eterno, a Mãe admirável do Verbo humanado e a fidelíssima consorte do Espírito Santo.
Tudo isto foi concedido a Nossa Senhora em virtude do fato da Encarnação.
Quer dizer, no instante em que Ela concebeu o divino Filho, tornou-se objeto dessa assombrosa promoção (se pudéssemos empregar o termo), por onde foi elevada a uma condição incomparavelmente superior à de todos os anjos e santos reunidos, o que significa uma perfeição tão imensa que escapa à nossa capacidade de imaginá-la.
Como gota de orvalho transformada em sol
Pensemos, nesta festa da Anunciação, nas glórias concedidas a Nossa Senhora, nos esplendores de perfeição aos quais Ela foi exaltada como Filha do Pai Eterno, Mãe do Verbo encarnado e Esposa do Espírito Santo.
Pensemos, igualmente, como dessas magníficas alturas Ela olha para nós e acompanha com incansável solicitude materna a vida de cada um de seus devotos.
Estejamos certos de que a Virgem nos considera com bondade e insondável clemência; obtém-nos o perdão de nossas misérias e fraquezas; dirige, em nosso favor, um irresistível sorriso à Santíssima Trindade, dizendo:
“Meu Pai, meu Filho, meu Esposo. Vejam estes que vos amam no mundo: tenham compaixão deles, ajudem-nos a serem inteiramente aquilo para o que foram criados, a se tornarem fiéis como verdadeiros escravos de amor, fazendo sempre a minha vontade, que é a vossa, Trindade beatíssima”.
Essa é a mais valiosa graça que devemos suplicar a Deus, pelas mãos de Nossa Senhora, nessa festa da Anunciação e Encarnação do Verbo.
Tornarmo-nos esses servos amorosos e fiéis, imitadores de Jesus em sua obediência à Mãe, unidos à Santa Igreja a exemplo da própria Virgem Santíssima, de modo a sermos como ela, assim como a gota de orvalho sobre a qual incide o raio solar assemelha-se a um minúsculo sol.
A gota é linda, pura, encantadora. O raio do astro soberano que a toca, a faz brilhar inteira. Mas, o que é a gota em relação ao sol? Pois muito maior, a perder de vista, é a desproporção entre Nossa Senhora e cada um de nós.
Porém, podemos e devemos pedir que, como gotas de orvalho, humildes e pequenos, puros e fortes, sejamos um reflexo d’Ela; e que do entusiasmo de nossa humildade, pureza e fortaleza emane um constante ato de amor, obediência e servidão à Rainha do Universo, à Mãe do Verbo de Deus feito carne.
Plinio Corrêa de Oliveira
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Saiba mais sobre esta Festa tão especial e reze pedindo a maternal intercessão da Santíssima Virgem!